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Sociedade civil participará no debate das reformas estatais

12 de março de 2025

Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, anunciou hoje integração de três figuras da sociedade civil de "reconhecido mérito" nas comissões e grupos de trabalho que vão debater o acordo político visando reformas estatais.

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Daniel Chapo, Presidente de Moçambique
Chapo: "Vai haver também o desenho de termos de referência para integração de três figuras da sociedade civil de reconhecido mérito a nível da sociedade"Foto: Amanuel Sileshi/AFP

"No próprio documento [o acordo político], aparece a necessidade de ter três figuras da sociedade civil que achamos que vão ter de ser desenhados termos de referências para a inclusão destas figuras de reconhecido mérito para sociedade e que vão integrar o grupo que vai já começar a trabalhar neste processo", declarou à imprensa Daniel Chapo.

O Presidente de Moçambique voltou hoje a reunir-se com os nove partidos signatários do acordo político de 05 de março que visa debater reformas estatais.

Após assinar o acordo, o Presidente de Moçambique anunciou a criação e formalização de uma comissão técnica e criação de grupos de trabalho que vão integrar várias classes profissionais e sociais, sendo que a última fase compreenderá, disse, a discussão pública das matérias e dos documentos.

Por isso, hoje, o chefe do Estado disse que vai ser desenhado um plano de ação para a implementação do acordo político: "vai haver também o desenho de termos de referência para integração de três figuras da sociedade civil de reconhecido mérito a nível da sociedade", repetiu Chapo, que fez um "balanço positivo", anotando a "satisfação" da população face ao acordo que "não discute interesses pessoais e de grupos".

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Acordo político

O entendimento político foi assinado pelo Presidente de Moçambique com os partidos com assento parlamentar, nomeadamente a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), o Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM)

Assinaram ainda os extraparlamentares Nova Democracia (ND), Partido de Reconciliação Nacional (PARENA), Partido Renovação Social (PARESO), Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO) e a Revolução Democrática (RD).

Agitação social

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide. 

O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

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Lusa Agência de notícias