João Lourenço defende países produtores de petróleo
3 de setembro de 2025"O Executivo angolano reconhece a gravidade das alterações climáticas em todo o globo e dos seus efeitos cada vez mais prejudiciais para as nações e os povos. Contudo, esta situação deve ser abordada garantindo o direito aos países produtores de hidrocarbonetos como Angola, de desenvolver os seus recursos minerais e hidrocarbonetos em benefício das suas populações", salientou João Lourenço.
O chefe de Estado angolano discursava na cerimónia de abertura da 6.ª edição da Conferência Internacional Angola Oil & Gas 2025, que decorre hoje (03.09) e quinta-feira (04.09) em Talatona, Luanda.
Realçando que o propósito dos nacionalistas era "proporcionar uma vida melhor para todos os angolanos", João Lourenço apontou o contributo da exploração e produção de recursos minerais, em particular o petróleo, para a arrecadação de receitas que têm suportado o desenvolvimento do país.
Angola carece de investimentos
Angola é o segundo maior produtor de petróleo em África, mas carece também, vincou João Lourenço, de "investimentos, transferência de conhecimento e inovação" numa altura em que o país tenta combater o declino da produção.
Num estudo mais recente, a produção petrolífera em Angola tem uma perspetiva "muito negativa" até final de 2032. Segundo o Relatório Económico do Iº Trimestre de 2025, elaborado pelo Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola (CINVESTEC), a estabilização da produção de petróleo só será duradoura com a descoberta de novas reservas.
O Presidente recordou que durante o seu primeiro mandato, em 2017 foram aprovados instrumentos legais para responder aos desafios do setor e criar um ambiente de negócios propício à atração de investidores e garantiu que Angola "oferece condições de investimento que garantem estabilidade contratual, segurança jurídica, previsibilidade e o devido retorno".
Investimentos externos
Reforçou ainda que o executivo tem envidado esforços para a implementação de programas e ações com vista a mitigar esta situação, com especial foco nas estratégias de exploração e licitação, e captação de novos investimentos privados.
"Angola mantém a sua aspiração de afirmar-se como um produtor competitivo de hidrocarbonetos, contribuindo de forma significativa para a segurança energética mundial, estando comprometida com a transição energética em África e no mundo", salientou.
O governo angolano, sublinhou, defende a "exploração responsável e sustentável" dos recursos energéticos fósseis e o fomento uma indústria de energias renováveis, nomeadamente solar, eólica e biomassa.
O Presidente angolano lembrou que as empresas do setor foram orientadas para adotarem medidas de mitigação e compensação das emissões de gases de efeito estufa, entre as quais a eliminação ou redução da queima de gás, adoção de equipamentos operacionais menos poluentes, proteção da flora e da fauna e execução de programas para florestação e/ou reflorestação.
Intervindo também esta manhã, o presidente executivo da câmara Africana de Energia NJ Ayuk, louvou as reformas introduzidas pelo governo angolano, afirmando que a indústria pode agradecer e pagar esses esforços investindo mais no pais
"O petróleo vai fazer parte do futuro de Angola", sublinhou.