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Portagens em Moçambique mais baratas a partir de 15 de maio

5 de maio de 2025

O Governo moçambicano anunciou hoje a redução das tarifas de portagens em todo o país a partir de 15 de maio, cobrança que foi suspensa e contestada durante as manifestações pós-eleitorais nos últimos meses.

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Portagem da Costa do Sol, em Maputo
Cobrança de portagens gerou polémica em Maputo Foto: Romeu da Silva/DW

"Para facilitar, face à situação económica em que nos encontrámos, com toda a destruição que nós acompanhámos, o Governo tomou a decisão de fazer uma revisão em baixa das tarifas de portagens em todo o país", anunciou o ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, após visita à Rede Viária de Moçambique (Revimo), responsável pela construção, conservação e exploração de várias estradas do país.

Contudo, o governante não concretizou, para já, o valor da redução a aplicar nas portagens dentro de 10 dias.

"Até 31 de dezembro vamos continuar a monitorar e a acompanhar o crescimento da economia e do poder de compra", acrescentou Matlombe, em declarações aos jornalistas, lamentando por outro lado o "oportunismo" criado nos últimos meses em torno desta cobrança, nomeadamente na utilização por pesados de mercadorias, que afirma pagarem normalmente as portagens nas estradas da vizinha África do Sul que ligam a Moçambique e que exigem reduções nas tarifas no país.

Cobrança suspensa devido a protestos

A Revimo anunciou em 17 de abril que vai retomar a cobrança de taxas nas portagens, suspensa devido aos protestos nos últimos meses, que envolveram também a vandalização e destruição de várias cabines de cobrança.

Essa cobrança, explicou na altura a Revimo, seria retomada de "forma gradual", admitindo desde logo descontos de 60% para utilizadores frequentes de viaturas ligeiras e 75% para o transporte semi-colectivo.

Chapo: Encontro com Mondlane foi "essencial para o país"

A Revimo já tinha anunciado, em 25 de janeiro, que retomaria a cobrança de taxas nas portagens no país. Contudo, esse anúncio gerou nova revolta popular, com casos de bloqueio de estradas e vandalizações de portagens da Revimo em vários pontos.

Em 27 de janeiro, centenas de manifestantes chegaram a ocupar e bloquear os acessos entre a portagem e a ponte de Katembe, com o trânsito de e para Maputo cortado por automobilistas, em contestação ao pagamento.

Também a sul-africana Trans African Concessions (TRAC), concessionária da estrada N4, que liga Maputo à fronteira de Ressano Garcia, retomou em 23 de janeiro a cobrança de portagens, causando igualmente revolta popular.

A retoma causou o bloqueio por manifestantes, em 29 de janeiro, dos acessos da N4 a Maputo, com protestos que levaram à vandalização de parte das instalações da TRAC, junto às portagens de Maputo, incluindo a destruição de duas viaturas.

Moçambique viveu, desde outubro, um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 9 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.

Arranca nova fase de protestos em Moçambique

Lusa Agência de notícias