Política ao rubro em Cabo Verde
28 de janeiro de 2011O PAICV (Partido Africano de Independência de Cabo Verde) e o MpD (Movimento para a Democracia - o maior partido da oposição de Cabo Verde) intensificaram suas ações junto do eleitorado. A razão é óbvia: há um equilíbrio de forças, portanto, cada voto a mais é útil.
O presidente do PAICV, José Maria Neves, garante que já tem definida uma política de continuidade, visando dotar o país com 20 novas barragens, o que contribuiria o desenvolvimento da economia cabo-verdiana.
"Tem havido uma grande adesão, as pessoas têm-me recebido com muita amizade, com muito carinho. Há um grande afeto à nossa campanha eleitoral, portanto estou convencido de que vamos reforçar a maioria no dia seis de fevereiro", diz confiante José Maria Neves.
O líder do MpD, Carlos Veiga, que também avalia positivamente estes dias de campanha, prometeu criar mais 30 mil postos de trabalho nos próximos cinco anos, conceder o dobro de bolsas de estudo que atualmente são atribuídas e "ajudar todos os necessitados".
As polémicas da campanha
"Fizemos cinco comícios, de São Tiago Norte a São Domingos, com o sentimento de que a onda verde está crescendo cada vez mais. Eu não poderia estar mais satisfeito", declarou Carlos Veiga.
Carlos Veiga (MpD) acredita que até o dia das eleições (seis de fevereiro) a adesão à onda verde aumentará, enquanto que José Maria Neves deseja maior adesão do público jovem ao PAICV.
Na primeira semana da campanha eleitoral, o governo anunciou que um técnico da empresa de distribuição de energia e água de Cabo Verde foi suspenso por alegada sabotagem que deixou a Cidade da Praia, São Domingos e Ribeira Grande de Santiago às escuras na noite do debate entre José Maria Neves e Carlos Veiga, no dia 18 de janeiro.
José Maria Neves prefere aguardar pelos resultados do inquérito, em curso, para saber se houve ou não sabotagem, mesmo que seja "a terceira ou quarta vez que o mesmo funcionário provoca situações desta natureza", enfatiza Neves.
À esta pergunta, Carlos Veiga responde que trata-se do maior exemplo de incompetência do governo de José Maria Neves: "Ele está sendo nada sério, está sendo muito desonesto intelectualmente. Ele disse que eu sabia do apagão, mas ele sabe que é mentira. Quando nós saímos de casa, para ir ao debate, já não havia luz".
Autor: Nélio dos Santos/Bettina Riffel
Revisão: Helena Ferro de Gouveia