Ucrânia: Kremlin garante "avanço" nas negociações para a paz
18 de abril de 2025O Kremlin afirmou, nesta sexta-feira, que houve "avanço concreto" nas negociações com os Estados Unidos para uma solução pacífica na Ucrânia, em resposta às declarações do secretário de Estado americano, Marco Rubio, de que seu país poderia abandonar o processo de paz se não houvesse progresso nas próximas semanas.
"Acreditamos que algum progresso pode ser observado. Esse progresso está relacionado à moratória provisória que foi respeitada pela Rússia de não lançar ataques contra a infraestrutura energética", disse Dmitry Peskov, porta-voz presidencial.
Peskov enfatizou que certos acordos foram alcançados nas últimas semanas, embora, "é claro, ainda tenhamos muitas discussões difíceis pela frente".
Ao mesmo tempo, o porta-voz do Kremlin admitiu que a trégua energética de 30 dias havia "expirado" depois que Rússia e Ucrânia se acusaram repetidamente de violações.
Sobre uma possível retomada dos ataques russos contra as infraestruturas energéticas ucranianas, assegurou que "neste momento, não há nenhuma outra ordem do comandante supremo, o presidente (Vladimir) Putin".
Reação às declarações dos EUA
Em relação às declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, de que espera que Moscovo dê "esta semana" uma resposta à proposta de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, Peskov expressou cautela.
"A questão do acordo ucraniano é complexa. O lado russo é a favor da resolução deste conflito, defendendo seus próprios interesses e está aberto ao diálogo", disse.
Peskov também elogiou a reunião trilateral realizada no dia anterior em Paris, que incluiu representantes de Estados Unidos, Europa e Ucrânia.
"Ultimamente, não temos escutado nenhum apelo da Europa em favor da paz. Ao contrário, houve apelos por uma maior militarização da própria Europa e da Ucrânia. O que ouvimos recentemente dos europeus dificilmente pode contribuir para a busca de caminhos para um acordo", comentou.
Eliminar as causas do conflito na Ucrânia
Durante a conversa telefônica mantida na véspera por Rubio com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, este assegurou que Moscou está disposta a continuar trabalhando com Washington para eliminar as causas profundas do conflito ucraniano.
Rubio declarou ao deixar Paris que "se não for possível acabar com a guerra na Ucrânia, precisamos seguir em frente. Precisamos determinar rapidamente, e quero dizer em questão de dias, se isso é viável".
"Esta guerra não é nossa. Nós não a começamos. Os Estados Unidos têm ajudado a Ucrânia nos últimos três anos e queremos que ela acabe, mas esta guerra não é nossa", afirmou.