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Momade: "Fraudes eleitorais" marcam 50 anos de Moçambique

24 de junho de 2025

O líder da RENAMO, Ossufo Momade, afirma que os 50 anos de independência moçambicana foram marcados por "fraudes eleitorais" e um "Estado falhado", pedindo condições para que as próximas eleições sejam "transparentes".

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Ossufo Momade, RENAMO
Ossufo Momade pede condições para que as próximas eleições sejam "transparentes", defendendo a alternância do poderFoto: Nádia Issufo/DW

“Como corolário de um percurso de meio século, Moçambique é um Estado falhado, por isso é um imperativo nacional conquistar a independência económica nos próximos 50 anos. Para o efeito, é fundamental a realização de eleições livres, justas e transparentes para permitir a alternância governativa”, disse esta terça-feira (24.06) o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade.

Em conferência de imprensa, em Maputo, sobre os 50 anos de independência, que se comemoram em 25 de junho, Ossufo Momade lançou uma ampla crítica aos processos eleitorais no país, começando nas primeiras eleições multipartidárias.

“Desde 1994, todas as eleições, quer gerais, quer provinciais, quer autárquicas, foram caracterizadas por fraudes, colocando grosseiramente em causa a vontade expressa nas urnas”, acusou.

“Infelizmente, esta vontade coletiva encarnada por nós, a RENAMO, continua a ser um sonho adiado pelos vários governos impostos nos 50 anos de independência nacional que amanhã [25 de junho] vamos celebrar”, acrescentou.

Na conferência de imprensa de hoje, o líder da RENAMO desafiou o atual Governo da FRELIMO a avançar com a despartidarização do Estado, combate à corrupção e uma governação centrada no cidadão.

Cabo Delgado
Momade aponta que os 50 anos de independência são comemorados num contexto em que Moçambique enfrenta rebelião armada em Cabo DelgadoFoto: DW

Falta saúde, escolas e transporte

“Moçambique é referência no mundo como nação instável, sobretudo nos períodos pós-eleitorais, país intolerante quanto ao exercício dos direitos humanos e liberdades fundamentais, país dos mais corruptos do planeta terra, dos mais pobres do mundo onde se morre por falta de alimentos básicos e água potável”, criticou Momade.

O político criticou também a falta de providência de serviços de saúde e de escolas ao longo dos 50 anos que, considerou, impedem o bem-estar das populações.

“Passados 50 anos, o transporte público é escasso e precário, as estradas quer primárias quer terciárias estão tão degradadas que retardam profundamente o desenvolvimento nacional. Em 50 anos, não almejamos a tal independência total e completa”, disse Ossufo Momade, pedindo ao Governo um plano concreto para a independência económica com base nos recursos de que o país dispõe.

Ossufo Momade também apontou que os 50 anos de independência são comemorados num contexto em que o país enfrenta uma rebelião armada em Cabo Delgado, com ataques de homens armados desde 2017, incluindo raptos, sequestros e assassínios de cidadãos albinos, pedindo também ações do Governo para travar estes crimes.

O atual líder da RENAMO foi candidato presidencial nas eleições gerais de 09 de outubro de 2024, obtendo 6% dos votos, o pior resultado de um candidato apoiado pelo partido, a principal força de oposição em Moçambique desde as primeiras eleições em 1994.

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Lusa Agência de notícias