O que se sabe sobre os ataques dos EUA no Irão
23 de junho de 2025Os EUA realizaram neste fim de semana um ataque contra instalações nucleares do Irão, entrando diretamente na campanha militar que Israel vem executando contra o regime de Teerão desde a semana passada.
Segundo o general norte-americano Dan Caine, a operação no Irão, apelidada de "Martelo da Meia-Noite", envolveu mais de 125 aeronaves, incluindo bombardeiros B-2 Spirit, mísseis Tomahawk e um submarino de mísseis guiados.
Os ataques norte-americanos a três instalações nucleares, de acordo com o general, causaram "danos severos". Um dos alvos foi o complexo de Fordo, onde, segundo os especialistas, se pode enriquecer urânio a 60%.
Missão executada "com precisão cirúrgica"
"As avaliações iniciais indicam destruição significativa nos três locais. A missão foi executada com precisão cirúrgica", disse Dan Caine.
Nos ataques foram usados sete bombardeiros B2. Segundo os Estados Unidos, esta foi a maior operação com este tipo de aeronaves na história do país. No dia do ataque, alguns bombardeiros rumaram a oeste, sobre o Pacífico, como manobra de distração. Já os bombardeiros usados nos ataques seguiram para leste.
As bombas usadas pelos B2 no Irão, conhecidas como GBU-57, conseguem penetrar até 60 metros debaixo do solo antes de explodir. São bombas que permitiriam atingir a central nuclear de Fordo, que foi construída estrategicamente no interior de uma montanha para ficar protegida de ataques aéreos.
"Danos muito sérios"
Será que a central, no subsolo, foi mesmo atingida? "Fordo sofreu danos muito sérios. Continuaremos até que a ameaça seja neutralizada", afirmou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
O Irão disse esta segunda-feira (23.06) que houve um novo ataque à central subterrânea.
A Agência Internacional de Energia Atómica confirma, pelo menos parcialmente, as declarações de Netanyahu sobre os danos. Segundo Rafael Grossi, diretor-geral da agência, "é possível ver crateras no local de Fordo, a principal instalação do Irão para o enriquecimento de urânio, o que indica o uso de munições penetrantes de solo. Isso é consistente com as declarações dos EUA."
"Neste momento", acrescentou Grossi, "ninguém, incluindo a Agência Internacional de Energia Atómica, está em posição de avaliar completamente os danos subterrâneos em Fordo."
Comunidade internacional apreensiva
A comunidade internacional reagiu aos ataques norte-americanos com apreensão. A China apelou à contenção. A União Europeia (UE) alertou que o fecho do Estreito de Ormuz - como ameaçou o Irão em resposta - seria algo "extremamente perigoso".
Através de um porta-voz, o chanceler alemão, Frederich Merz, apelou ao Irão para "entrar imediatamente em negociações com os EUA e Israel e encontrar uma solução diplomática para o conflito".
Com os mercados em turbulência e o petróleo a disparar, o mundo observa, em suspenso, o desenrolar de uma crise que poderá marcar uma nova era de conflito global.