Novo ataque na RDC: Pouca esperança de uma trégua duradoura
28 de julho de 2025Uma igreja católica foi atacada no domingo em Komanda, na província de Ituri, na República Democrática do Congo (RDC). Pelo menos, 38 pessoas morreram. O ataque foi atribuído às Forças Democráticas Aliadas.
Alguns analistas defendem que estes rebeldes, com ligações ao Estado Islâmico, estão a tentar tirar proveito do foco internacional no grupo M23, mais a sul do país, que assinou, há pouco mais de uma semana, com o Governo congolês, uma declaração de princípios com vista à paz.
Especialistas, como a investigadora Lidewyde Berckmoes, defendem negociações "com todos os 160 grupos" em conflito pelo domínio da região, para acabar com a violência de vez.
"É muito importante ter um processo inclusivo, no qual haja um compromisso genuíno com a paz por parte das várias partes", afirma a professora. Na sua opinião, "no que diz respeito ao envolvimento das diferentes partes em jogo ainda há um longo caminho a percorrer".
Reagan Miviri, analista de conflitos e advogado, partilha da mesma opinião. No seu entender, as negociações de paz devem envolver não só os grupos armados, mas também os opositores políticos não armados.
"Precisamos de uma solução diplomática, mas para que isso aconteça, é importante que todas as partes interessadas estejam envolvidas", argumenta, esclarecendo que isso "também inclui aqueles que não pegaram em armas".
"Porque também há pessoas que reivindicam o seu lugar à mesa e que são apenas opositores políticos do Governo em Kinshasa", ressalta.
O analista duvida da eficácia das negociações recentes, já que a violência continua. Acrescenta ainda que o Governo congolês não tem capacidade para fazer cumprir o prometido.
"Antes de falar de um acordo de paz duradouro, ele só precisa acontecer primeiro. E não vejo isso a acontecer neste momento", finaliza.