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ConflitosRepública Democrática do Congo

Novo ataque na RDC: Pouca esperança de uma trégua duradoura

DW (Deutsche Welle) | com agências
28 de julho de 2025

A violência continua no leste da RDC. Rebeldes apoiados pelo autoproclamado Estado Islâmico atacaram uma igreja católica, matando 38 pessoas. Alguns especialistas defendem negociações de paz com todos os envolvidos.

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Pessoas reúnem-se em torno dos restos carbonizados de um veículo em chamas após um ataque mortal em Komanda, província de Ituri, leste do Congo, domingo, 27 de julho de 2025
A violência continua no leste da República Democrática do Congo depois de rebeldes apoiados pelo autoproclamado Estado Islâmico atacarem uma igreja católica no fim de semanaFoto: Olivier Okande/AP Photo/picture alliance

Uma igreja católica foi atacada no domingo em Komanda, na província de Ituri, na República Democrática do Congo (RDC). Pelo menos, 38 pessoas morreram. O ataque foi atribuído às Forças Democráticas Aliadas.

Alguns analistas defendem que estes rebeldes, com ligações ao Estado Islâmico, estão a tentar tirar proveito do foco internacional no grupo M23, mais a sul do país, que assinou, há pouco mais de uma semana, com o Governo congolês, uma declaração de princípios com vista à paz.

Especialistas, como a investigadora Lidewyde Berckmoes, defendem negociações "com todos os 160 grupos" em conflito pelo domínio da região, para acabar com a violência de vez.

Ituri, nordeste da República Democrática do Congo
Desde 1998 que o leste da República Democrática do Congo vive um conflito alimentado por mais de 100 grupos rebeldes e pelo próprio ExércitoFoto: Tom Peyre-Costa/NRC

muito importante ter um processo inclusivo, no qual haja um compromisso genuíno com a paz por parte das várias partes", afirma a professora. Na sua opinião, "no que diz respeito ao envolvimento das diferentes partes em jogo ainda há um longo caminho a percorrer".

Reagan Miviri, analista de conflitos e advogado, partilha da mesma opinião. No seu entender, as negociações de paz devem envolver não só os grupos armados, mas também os opositores políticos não armados.

Membros do grupo rebelde M23 entram nos seus veículos após a cerimónia de inauguração da "Caisse Generale d'epargne du Congo" em Goma, província de Kivu do Norte, no leste da República Democrática do Congo, em 7 de abril de 2025
O leste do Congo é considerado uma das regiões mais perigosas do mundo Foto: Arlette Bashizi/REUTERS

"Precisamos de uma solução diplomática, mas para que isso aconteça, é importante que todas as partes interessadas estejam envolvidas", argumenta, esclarecendo que isso "também inclui aqueles que não pegaram em armas".

"Porque também há pessoas que reivindicam o seu lugar à mesa e que são apenas opositores políticos do Governo em Kinshasa", ressalta.

O analista duvida da eficácia das negociações recentes, já que a violência continua. Acrescenta ainda que o Governo congolês não tem capacidade para fazer cumprir o prometido.

"Antes de falar de um acordo de paz duradouro, ele só precisa acontecer primeiro. E não vejo isso a acontecer neste momento", finaliza.

À lupa: E agora, o que se segue ao acordo RDC-Ruanda?