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Cabo Delgado: 47 mil deslocados em nova vaga de violência

Lusa | ms
1 de agosto de 2025

O Instituto de Psicologia Paz de Moçambique estima em cerca de 47 mil o número de deslocados internos com a onda de novos ataques na província de Cabo Delgado, no norte. Extremistas reivindicam morte de 18 paramilitares.

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Deslocados da província de Cabo Delgado recebem ajuda humanitária do Programa Alimentar Mundial (PAM) na Escola Tribuna 21 de Abril, em Namapa, Nampula
A ONG Instituto de Psicologia Paz de Moçambique alerta que a mobilização de recursos é essencial para continuar a apoiar estas populaçõesFoto: ALFREDO ZUNIGA/AFP/Getty Images

A maioria dos deslocados concentra-se no distrito de Chiúre, que abriga 42.411 pessoas de 10.075 famílias, de acordo com um relatório recente da organização não-governamental (ONG) Instituto de Psicologia Paz de Moçambique.

Os distritos de Muidumbe e Ancuabe também acolhem deslocados, com 2.310 e 1.946 pessoas, respetivamente, é ainda referido no documento.

Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram um ataque, em 24 de julho, à aldeia e ao posto policial de Chiúre Velho, no sul da província de Cabo Delgado, com armas automáticas, e levaram material.

Através dos canais de propaganda do Estado Islâmico, também reclamaram a morte, num ataque em Walicha, Chiúre, de 18 paramilitares "naparamas", além da destruição de "dezenas de casas" e motorizadas. 

O Instituto de Psicologia Paz de Moçambique refere ainda a possibilidade de os números continuarem a aumentar, devido aos ataques de 28 de julho nas aldeias de Namahapa e Melija (Ocua).

Populações em fuga

Nos últimos dias tem havido registo de város incidentes, com ataques, mortos, rapto de camponeses e populações em fuga também em aldeias do distrito de Ancuabe e no posto administrativo de Ocua.

Segundo o Instituto de Psicologia Paz de Moçambique, 262 famílias receberam 'kits' de assistência no Centro de Transição de Micone, Chiúre, onde foi realizado um rastreio nutricional, sobretudo em menores de idade.

No centro de Namicir, a colaboração entre várias organizações, como o Programa Alimentar Mundial, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Unicef, beneficiou 800 famílias, é referido no mesmo documento.

O relatório da ONG conclui que a mobilização de recursos é essencial para continuar a apoiar estas populações e acrescenta que "cada contribuição conta para salvar vidas e restaurar a esperança".

Pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique em 2024, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado em fevereiro pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS). 

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Lusa Agência de notícias