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ConflitosAlemanha

Netanyahu diz que Berlim está a "recompensar o terrorismo"

cmt | com agências
8 de agosto de 2025

Israel aprovou um plano militar para ocupar a cidade de Gaza. As críticas da comunidade internacional não demoraram a chegar. A Alemanha suspendeu as exportações militares que possam ser usadas na Faixa de Gaza.

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Receção do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu por Angela Merkel, em outubro de 2015
O plano israelita, aprovado pelo gabinete de segurança, prevê a tomada da cidade de Gaza e, segundo a imprensa local, o deslocamento de um milhão de habitantes para sulFoto: Christian Thiel/IMAGO

Ex-reféns do Hamas e familiares de reféns protestaram, esta sexta-feira (08.08), contra a decisão do Governo de Israel de assumir o controlo da cidade de Gaza.

Noah Perry, filha de um refém que morreu em cativeiro, teme o agravamento da guerra e que o Hamas mate os 20 reféns que ainda estão vivos. "Sabemos que esta decisão vai causar muitas mortes indesejadas de mais soldados e reféns. Parem com isto. Parem agora! Tragam todos os reféns de volta num único acordo", pediu.

O plano aprovado pelo gabinete de segurança de Israel prevê a ocupação militar da cidade de Gaza. Segundo a imprensa israelita, os habitantes serão levados para campos de deslocados no centro da Faixa de Gaza, até ao início de outubro.

"As Forças de Defesa de Israel preparar-se-ão para assumir o controlo da cidade de Gaza, garantindo ao mesmo tempo a prestação de ajuda humanitária à população civil fora das zonas de combate", especifica o comunicado.  

O Governo de Benjamin Netanyahu definiu ainda cinco objetivos para o fim da guerra: Derrotar o Hamas, libertar os reféns, desmilitarizar a Faixa de Gaza, controlar a segurança da região e estabelecer uma "administração civil alternativa que não seja nem o Hamas nem a Autoridade Palestiniana".

Fumo sobe entre os escombros depois de Israel atacar uma zona perto do cruzamento de Abbas, na parte ocidental da cidade de Gaza, em 8 de agosto de 2025
Bombardeamentos e ofensivas terrestres na Faixa de Gaza já fizeram mais de 61 mil mortos e 150 mil feridos, na maioria civis, segundo dados das autoridades locaisFoto: Khames Alrefi/Anadolu/picture alliance

O anúncio do plano gerou uma avalanche de condenações. Da União Europeia às Nações Unidas, todos rejeitam um controlo israelita da cidade de Gaza e instaram o Executivo de Netanyahu a reconsiderar a decisão.

A Autoridade Palestiniana, chefiada por Mahmoud Abbas, disse que a decisão de Netanyahu é "perigosa". Essa seria uma "violação flagrante da lei humanitária internacional e das resoluções de legitimidade internacional" e "levará a uma catástrofe humanitária sem precedentes", afirmou o gabinete de Abbas em comunicado.

Berlim está a "recompensar o terrorismo"

Entretanto, a Alemanha suspendeu todas as exportações militares para Israel que possam ser usadas na Faixa de Gaza.

"Com a ofensiva planeada, o Governo israelita tem uma responsabilidade ainda maior do que antes" de ajudar os civis, salientou o chanceler alemão Friedrich Merz.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, considera que Berlim está a "recompensar o terrorismo".

"Em vez de apoiar a guerra justa de Israel contra o Hamas, que realizou o ataque mais horrível contra o povo judeu desde o Holocausto, a Alemanha recompensa o terrorismo do Hamas com o embargo de armas a Israel", declarou o escritório de Benjamin Netanyahu em comunicado.

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