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Negociar ou retaliar? Países reagem a tarifas de Trump

rl | com agências
6 de abril de 2025

Muitos países propuseram negociações aos EUA sobre tarifas alfandegárias. África do Sul fez saber que não vai retaliar tarifas, preferindo negociar. Já o Zimbabué anunciou que vai retirar tarifas a produtos dos EUA.

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Donald Trump, Presidente norte-americano
Mais de 50 países contactaram a administração norte-americana a solicitar o início de negociações sobre as tarifas alfandegáriasFoto: ASSOCIATED PRESS/picture alliance

Mais de 50 países contactaram a administração norte-americana a solicitar o início de negociações sobre as tarifas alfandegárias anunciadas pelo Presidente Trump, anunciou, este domingo (06.04), o conselheiro económico da Casa Branca, Kevin Hassett.

Os países que propuseram abrir negociações "fazem-no porque entendem que vão suportar uma parcela significativa destas tarifas", disse o diretor do Conselho Económico Nacional e que apoia o Presidente dos EUA em matéria de política económica.

Estas tarifas alfandegárias preveem um aumento universal de 10%, que entrou em vigor no sábado, mas serão aumentadas, a partir de quarta-feira, para várias dezenas de parceiros comerciais dos Estados Unidos, caso da União Europeia (20%) e da China (34%).

Os países africanos para os quais Trump anunciou tarifas incluem o Lesoto (50%), Madagáscar (47%), Angola (32%), África do Sul (31%), Namíbia (21%), Zimbabué (18%), Zâmbia (17%), Moçambique (16%), Nigéria (14%), Guiné-Equatorial (13%), República Democrática do Congo (11%) e Camarões (11%).

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Além disso, Trump revelou tarifas de 10% para o Quénia, a Etiópia, o Gana, o Senegal, a Tanzânia, o Uganda, o Gabão, a Libéria, o Ruanda e a Serra Leoa, num grupo que inclui ainda os lusófonos São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Brasil, Guiné-Bissau e Timor-Leste.

Pretória quer negociar

Entretanto, a África do Sul disse não ter planos para retaliar as tarifas impostas ao país pelos Estados Unidos. Em vez disso, disseram altos funcionários do governo de Pretória, na sexta-feira, procurará negociar isenções e acordos de quotas com o país liderado por Donald Trump.

Por sua vez, o Presidente do Zimbabué anunciou, este domingo, que vai retirar todas as tarifas sobre produtos norte-americanos para construir uma relação "mutuamente benéfica", após a decisão de Donald Trump de impor novas tarifas de 18% às exportações zimbabueanas.

Presidente norte-americano anuncia imposição de novas tarifas alfandegárias
Tarifas alfandegárias, que preveem um aumento universal de 10%, entraram em vigor este sábadoFoto: Mark Schiefelbein/AP Photo/picture alliance

"Com o objetivo de construir uma relação mutuamente benéfica e positiva com os Estados Unidos da América, sob a liderança do Presidente Trump, vou ordenar ao Governo do Zimbabué que suspenda todas as tarifas sobre produtos originários dos Estados Unidos", disse Emmerson Mnangagwana sua conta da rede social X.

A medida, disse, destina-se a "facilitar" a expansão das importações dos EUA para o mercado do Zimbabué, "ao mesmo tempo que promove o crescimento das exportações do Zimbabué para os EUA".

Mnangagwa sublinhou ainda que, embora o princípio da reciprocidade dos direitos aduaneiros como instrumento de proteção do emprego e dos sectores industriais nacionais "seja válido", o Zimbabué optará por uma política de "relações amigáveis" com todas as nações.

"Esta ação sublinha o nosso compromisso para com um quadro comercial justo e uma cooperação bilateral reforçada", afirmou o chefe de Estado do Zimbabué.

Quénia procurar estreitar laços

Numa reação, na semana passada, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Quénia, fez saber que o país vai defender "energicamente" a eliminação das tarifas em causa.

"Embora as tarifas possam estar entre as mais baixas, vamos defender firmemente a sua eliminação", disse Korir Sing'Oei na sua conta da rede social X. 

Também numa reunião, este fim de semana, com o conselheiro sénior para África dos Estados Unidos, o Presidente do Quénia, William Ruto, disse ter abordado questões comerciais. Segundo disse, o encontrou visou "intensificar" os laços de cooperação bilateral também em outras áreas, como o investimento, segurança alimentar e estabilidade regional. 

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"O Quénia reconhece a forte cooperação que mantém com os Estados Unidos. Comprometemo-nos em intensificar estes laços, especialmente nas áreas do comércio, investimento, segurança alimentar e estabilidade no Corno de África, para o nosso sucesso mútuo", declarou Ruto na sua conta da rede social X após a reunião.