Daniel Chapo anuncia suspensão de portagens em Gaza
27 de maio de 2025Ao discursar num comício popular no distrito de Chókwè, província de Gaza, onde efetua uma visita de trabalho, Daniel Chapo avançou que se trata das portagens dos troços Chókwè-Macia, Chókwè-Macarretane e Macia-Praia do Bilene, da concessionária Rede Viária de Moçambique (Revimo), que serão suspensas temporariamente.
"A suspensão é por um motivo muito simples, a política de utilizador-pagador vai continuar um pouco por todo o país, mas para o caso dessas três portagens que fiz referência (…) estas portagens não estão a render nada, só custos de salário e energia mensal, pelo volume de viaturas que passam nessas portagens não compensa, é por isso que nós vamos suspender temporariamente", justificou o Presidente moçambicano.
"Um negócio que gasta mais do que se ganha, este não é negócio. O volume de tráfego que passa por estas portagens não justifica aquilo que se gasta e o sentido da política de utilizador-pagador é quando o desgaste realmente da estrada pelo volume do peso de viaturas que passam pode dar cabo da estrada para poder, em tempo útil, repararem a estrada", acrescentou.
As portagens voltaram a ser cobradas em várias vias moçambicanas em 15 de maio, após meses de suspensão na sequência das manifestações pós-eleitorais, com descontos até 60%.
Chapo suspende portagens
O Governo afirmou, na altura, que tem vindo a aplicar "medidas extraordinárias de impacto imediato" para "aliviar o custo de vida e de promoção da retoma da economia, após manifestações violentas", tendo, na área das estradas, decidido rever, em baixa, as taxas de portagens, "com especial enfoque para o transporte público de passageiros e residentes das zonas próximas às portagens".
Moçambique viveu, desde outubro, um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo. Dos protestos resultaram cerca de 400 mortos, segundo dados das organizações que acompanharam o processo.
Em 21 de maio, Venâncio Mondlane e Daniel Chapo voltaram a reunir com uma agenda para pacificar o país, após o primeiro encontro em 23 de março, quando foi assumido o compromisso de cessar a violência no país.