Supostos elementos de grupo paramilitar decapitam secretário
3 de fevereiro de 2025Supostos elementos do grupo paramilitar moçambicano Naparamas decapitaram, no domingo (02.02), um secretário de bairro no distrito de Murrumbala, na província da Zambézia. De acordo com fonte policial, citada pela agência portuguesa Lusa, o grupo colocou a cabeça da vítima numa praça pública.
O caso ocorreu por volta das 10 horas (hora local). A vítima foi um antigo combatente que desempenhava funções de secretário num dos bairros daquele distrito, segundo revelou Miguel Caetano, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) na Zambézia, província do centro de Moçambique. "Eles decapitaram-no e depois deixaram a sua cabeça numa praça pública [...] Não se sabe ao certo as razões", acrescentou Miguel Caetano.
De acordo com as autoridades, quando a equipa de operações da polícia chegou ao local foi recebida com tiros, num confronto que terá provocado a morte de mais duas pessoas, presumivelmente elementos daquele grupo paramilitar.
Responsabilizar o grupo
"A polícia foi obrigada a reagir e, do confronto, pelo menos dois indivíduos por parte deles foram alvejados mortalmente", deu conta o porta-voz. A mesma fonte adiantou que ainda estão em curso operações para a captura de outros elementos do grupo para garantir que os mesmos sejam responsabilizados.
Os Naparamas, que atuam em comunidade, são paramilitares moçambicanos que surgiram na década de 1980, durante a guerra civil, aliando conhecimentos tradicionais e elementos místicos no combate aos inimigos.
Historicamente, os Naparamas classificam-se como uma força que se organizou espontaneamente para a autodefesa da população perante a guerra na altura. Os seus elementos submetem-se a ritos de iniciação destinados a dar-lhes alegada "proteção sobrenatural" que acreditam que os torna imunes, até a balas.