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Moçambique: Quem tem medo da nova RENAM Democrática?

25 de agosto de 2022

O secretário-geral do maior partido da oposição moçambicana ameaça tomar medidas contra quem se atrever a manchar a imagem da RENAMO e diz-se desiludido com a criação da nova RENAM Democrática. FRELIMO nega envolvimento.

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"Pessoas que aparecerem para desvalorizar a RENAMO, vamos tomar medidasǃ", avisa André Majibire
"Pessoas que aparecerem para desvalorizar a RENAMO, vamos tomar medidasǃ", avisa André MajibireFoto: Romeu da Silva/DW

Líderes da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) continuam preocupados com o surgimento de novas forças políticas dentro do partido. Há várias semanas que contestam o surgimento de formações políticas, supostamente criadas por membros e ex-membros do partido, para enfrentar a própria RENAMO nas eleições autárquicas de 2023 e eleições gerais de 2024.

Na semana passada, em Quelimane, o secretário-geral da RENAMO, André Majibire, acusou Vitano Singano, um ex-membro da RENAMO, de ter fundado a nova RENAM Democrática para descredibilizar a própria RENAMO atualmente liderada por Ossufo Momade. "Pessoas que aparecerem para desvalorizar a RENAMO, vamos tomar medidasǃ", avisou.

"O que sei dessa RENAM Democrática - e não democrática - é um senhor chamado Singano que, em 1999, o presidente Dhlakama colocou como membro da comissão política nacional, a partir da província de Sofala. O comportamento dele na altura do presidente Dhlakama era medíocre, Dhlakama correu com ele", recorda Majibire.

FRELIMO: "Este é um assunto da RENAMO"

A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) tem sido acusada de estar associada aos conflitos internos da RENAMO e à criação de novos partidos para desestabilizar a RENAMO.

Caifadine Manasse, porta-voz da FRELIMO
Caifadine Manasse, porta-voz da FRELIMOFoto: Marcelino Mueia/DW

O porta-voz da FRELIMO, Caifadine Manasse, rejeita estas alegações: "Aqueles cidadãos que têm interesse de criar partido, a lei dá-lhes esse direito. Nós, como FRELIMO, não temos nada a ver com a criação de um novo partido, este é um assunto interno da RENAMO."

"São elementos da RENAMO e a RENAMO tem de discutir com esses elementos. A RENAMO tem problemas internos, resolva os seus problemas e não chame a FRELIMO para seus problemas", sublinhou ainda Manasse.

Sinal de fragilidade

O analista político Laurindo Verde vê um sinal de fragilidade no surgimento destes partidos. "Surgiu este novo partido, não há dúvida de que esteja ligado ao partido RENAMO e penso que a RENAM Democrática encontrou uma fragilidade de um partido que se diz dono da RENAMO", argumenta.

O secretário-geral da RENAMO disse, por outro lado, que o partido está concentrado no próximo congresso, que deverá ter lugar em 2024.

"As candidaturas não são apresentadas agora, o congresso é de cinco em cinco anos. Agora estamos praticamente no terceiro ano da eleição do presidente, vamos respeitar este período", apelou André Majibire.

Correspondente da DW Marcelino Mueia
Marcelino Mueia Correspondente da DW África em Quelimane