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Moçambique: Pelo menos três corpos encontrados em Chiúre

6 de agosto de 2025

Pelo menos três corpos foram encontrados no posto administrativo de Chiúre Velho, província de Cabo Delgado, palco de ataques de grupos extremistas desde 24 de julho. Outros dois militares foram mortos por 'naparamas'.

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Moçambique: Pelo menos três corpos encontrados em Chiúre
Foto: AFP/J. Nhamirre

Segundo fonte da Força Local, paramilitares que apoiam o combate aos grupos de rebeldes que atuam em Cabo Delgado desde 2017, os corpos, visivelmente baleados, foram encontrados na terça-feira (05.08), nas matas da localidade, numa zona de produção de mandioca, milho e gergelim, a cerca de 30 quilómetros da vila sede de Chiúre, sul da província.

"São corpos de maiores de idade, acharam e comunicaram as autoridades do distrito, mas ninguém sabe quem são porque o estado dos corpos não é dos melhores", relatou a mesma fonte, a partir de Chiúre.

Os corpos foram encontrados por um grupo de militares que patrulhava a região, na sequência da atual onda de ataques no sul da província de Cabo Delgado. No terreno, disse ainda, estão forças compostas por militares moçambicanos e do Ruanda.

"Tanto em Chiúre Velho, como em Ocua temos força, a ideia é controlar o movimento dos rebeldes", disse ainda a fonte da Força Local, acrescentando que em algumas zonas a população está a retornar às aldeias.

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Militares mortos por 'naparamas'

Dois membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique morreram em ataques atribuídos a paramilitares 'naparamas', no distrito de Chiúre.

"Na zona, os agentes estavam a cumprir as suas atividades de rotina. Foram interpelados, levados à casa do líder do grupo e, infelizmente, mortos lá", disse hoje à comunicação social Eugênia Nhamussua, porta-voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado.

Segundo a porta-voz, os crimes aconteceram na semana passada, na aldeia de Nivenevene, no posto administrativo de Chiúre-Velho, e na aldeia de Ocua, no posto administrativo com o mesmo nome, dois locais que têm sido palco de ataques, nos últimos dias, de grupos de insurgentes que também atuam na região. Num destes ataques, pelo menos 18 'naparamas' foram mortos por estes grupos insurgentes, numa emboscada.

Nhamussua explicou que os militares foram interpelados pelos supostos 'naparamas' em Chiúre-Velho, quando se faziam transportar numa motorizada e levavam consigo uma arma do tipo pistola com 26 munições.

"A pistola foi recuperada no local e os corpos das vítimas recolhidos ao Hospital Rural de Chiúre", disse.

Eugênia Nhamussua avançou que as duas vítimas assassinadas em Ocua foram interpeladas e agredidas pelo grupo quando se faziam transportar numa motorizada com mais duas pessoas, feridas gravemente na ocasião.

De acordo com a porta-voz, existem agora diligências para identificar, localizar e responsabilizar os autores do crime, que se encontram em fuga.

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Ataques em Cabo Delgado

Mais de 57 mil pessoas foram deslocadas desde 20 de julho em Cabo Delgado após o recrudescimento de ataques de extremistas, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

De acordo com o mais recente relatório da OIM, com dados de 20 de julho a 03 de agosto, divulgado esta semana, "a escalada de ataques e o crescente medo de violência" por parte de grupos armados não estatais nos distritos de Muidumbe, Ancuabe e Chiúre levaram ao deslocamento de 57.034 pessoas, num total de 13.343 famílias.

Trata-se do maior pico de deslocados por ataques, com destino a Chiúre sede em cerca de um ano.

Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram na segunda-feira novos ataques nos distritos de Chiúre e Muidumbe, com pelo menos cinco pessoas decapitadas, num momento crescente de violência naquela província moçambicana.

O ministro da Defesa Nacional admitiu, na quinta-feira, preocupação com a onda de novos ataques em Cabo Delgado, adiantando que as forças de defesa estão no terreno a perseguir os rebeldes armados.

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Lusa Agência de notícias