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Moçambique: Cinco Naparamas mortos pela polícia em Nampula

Lusa | tms
20 de abril de 2025

Polícia moçambicana anuncia a morte de cinco membros do grupo designado Naparamas, após tentativa de ataque a um posto da corporação. Líder católico fala em força policial "aparentemente desproporcional".

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Foto simbólica da polícia em Nampula
Foto simbólica da polícia em NampulaFoto: DW/S. Lutxeque

Pelo menos cinco membros do grupo designado Naparamas foram mortos na última quinta-feira (17.04) após tentarem atacar uma posição da polícia moçambicana no distrito de Malema, província de Nampula, avançou a corporação naquele ponto do país.

"O grupo fez-se àquele ponto munido de azagaias, catanas, marretas e outros instrumentos contundentes, além de pedras", disse, no sábado (19.04) a porta-voz da Polícia da República de Moçambique em Nampula, Rosa Chaúque, durante uma conferência de imprensa naquela província do norte de Moçambique.

Segundo a polícia, a força conjunta que estava no local reagiu e, além de alvejar cinco membros do grupo e ferir outros em número desconhecido, deteve mais seis pessoas supostamente envolvidas no ataque.

Polícia investiga motivações

"Neste momentos já temos nomes e pistas de alguns elementos que também fazem parte deste grupo vulgo naparamas (...). Por parte das nossas forças, não houve nenhuma baixa", declarou Rosa Chaúque.

Operações conduzidas pelas autoridades levaram também à apreensão de um trator, que terá sido roubado pelo grupo há meses, e várias motorizadas, além de bicicletas, acrescentou.

"Não temos conhecimento das motivações deste grupo e não sabemos o que leva o mesmo a atacar a polícia, mas estamos a averiguar", acrescentou a fonte.

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Força policial "aparentemente desproporcional"

O líder da igreja católica na província de Nampula criticou o recurso à força "aparentemente desproporcional" pela polícia no ataque no distrito de Malema.

"O certo é que houve mortos e vários feridos em conexão com uma reação armada aparentemente desproporcional das forças da lei e ordem. Depois do ribombar das armas, um grande silêncio reinou sobre Mutuali, um grande silêncio, uma grande solidão. Um grande silêncio porque vários maridos foram mortos e as mulheres, com medo, não podiam chorar os seus maridos, filhos", declarou, na noite de sexta-feira, o arcebispo de Nampula, Dom Inácio Saure, durante a celebração da missa da Páscoa.

"Os nossos padres em serviço na paróquia de Santa Teresa de Menino Jesus de Mutuali contam que, segundo os relatos da polícia local, houve cinco vítimas mortais, enquanto os populares, talvez por hipérbole, falam de 21 mortos", disse o líder da igreja católica em Nampula.

Quem são os Naparamas?

Os Naparamas são paramilitares moçambicanos que surgiram na década de 1980, durante a guerra civil, aliando conhecimentos tradicionais e elementos místicos no combate aos inimigos, atuando em comunidade.

Historicamente, os Naparamas classificam-se como uma força que se organizou espontaneamente para a autodefesa da população perante a guerra e os seus elementos submetem-se a ritos de iniciação, destinados a dar-lhes alegada "proteção sobrenatural" que acreditam que os torna imunes, até a balas.

Em fevereiro, quatro supostos membros do grupo paramilitar Naparamas foram mortos após confrontos com a polícia enquanto tentavam invadir um posto administrativo na província da Zambézia, centro do país, disse, na altura, fonte oficial.

Na altura, O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, pediu ao novo vice-comandante-geral da PRM, Aquilasse Manda, para combater os ataques atribuídos ao grupo paramilitar naparamas, protagonizados na província da Zambézia, indicando que estes "tentam bloquear" vias vitais para o desenvolvimento do país.

Lusa Agência de notícias
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