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Mondlane integrará Diálogo? FRELIMO e PODEMOS não se opõem

22 de agosto de 2025

Analista diz à DW que participação de Venâncio Mondlane no diálogo inclusivo depende "da vontade política". FRELIMO diz que iniciativa "é aberta a todos". PODEMOS vê inclusão de Mondlane como "positiva".

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Venâncio Mondlane, político moçambicano
FRELIMO diz que iniciativa lançado por Daniel Chapo "é aberta a todos". PODEMOS vê inclusão de Mondlane no diálogo político como "positiva".Foto: Jaime Álvaro/DW

Em Moçambique, o partido no poder, Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), e o maior partido da oposição, Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), concordam que o diálogo político nacional inclusivo em curso, lançado em março pelo Presidente Daniel Chapo, é uma iniciativa aberta a todos, incluindo Venâncio Mondlane.

Em entrevista à DW, o porta-voz da FRELIMO, Pedro Guiliche, diz que o diálogo político inclusivo "é uma iniciativa aberta a todos, sem restrições", e que esta é a posição do partido no poder desde o lançamento desta plataforma.

"No contexto do lançamento desta iniciativa, no discurso de Sua Excelência Daniel Francisco Chapo, foi perentório, clarificando que esta era uma plataforma para todas as forças da sociedade moçambicana. Estavam todas convidadas a participar. Eu penso que, sendo um moçambicano, sendo uma instituição criada em solo pátrio, tem toda a possibilidade de dar o melhor da sua contribuição a bem dos moçambicanos."

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Na semana passada, no dia em que o ANAMOLA foi aprovado, Venâncio Mondlane já tinha manifestado a intenção de participar no diálogo político em curso, revelando que o tema foi abordado em duas sessões com o Governo. "Foi debatido e foi entendido como um assunto relevante, viável e aceitável. Significa que agora temos todas as condições para integrar esta comissão", disse.

Inclusão de Mondlane no diálogo depende da "vontade política"

O analista moçambicano Wilker Dias concorda que "a figura de Venâncio Mondlane será uma mais-valia", até porque, lembra, o processo de diálogo nacional surgiu na sequência das manifestações provocadas pela recusa de Mondlane em aceitar os resultados eleitorais.

Para Wilker Dias, "deixando de fora um dos principais elementos que desencadeou estas reformas, poderíamos estar a abrir um precedente para o futuro".

Para além disso, acrescenta o analista político, "o outro diálogo que está a decorrer entre Venâncio Mondlane e o Presidente Daniel Chapo acaba por criar algum desconforto em sede de alguns partidos políticos que defendem a não existência de dois diálogos".

Ainda assim, Wilker Dias considera que a integração de Mondlane depende da vontade política.

"Se olharmos a título individual, os partidos de certeza poderão não querer, mas por questões de transparência, e também de vontade popular, pode ser que esses partidos possam aceder e automaticamente sair assim a ganhar", diz.

Daniel Chapo e Venâncio Mondlane
Porta-voz da FRELIMO, Pedro Guiliche, diz que diálogo político inclusivo "é uma iniciativa aberta a todos, sem restrições".Foto: Amanuel Sileshi/AFP/Nádia Issufo/DW

Também em declarações à DW, o porta-voz do PODEMOS, Duclécio Chico, recorda que, numa fase inicial, foi o próprio Mondlane quem recusou integrar o diálogo nacional. Ainda assim, diz que o seu partido vê a participação de Venâncio Mondlane como "positiva". Afinal, explica, "este assunto visa a reforma da política nacional moçambicana".

Segundo Duclécio Chico, Mondlane poderá integrar o diálogo político, após a fase das auscultações.

Para já, não parece haver oposição à participação de Venâncio Mondlane, uma vez que também o MDM e a RENAMO já haviam defendido anteriormente a sua inclusão no processo.

O Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo foi assinado a 5 de março pelo chefe de Estado, Daniel Chapo, e nove partidos políticos - entre os quais não consta o ANAMOLA, aprovado apenas na semana passada.

"Novas ideias são bem-vindas"

Na primeira sessão extraordinária da comissão executiva do partido ANAMOLA, que decorreu esta terça-feira, Venâncio Mondlane disse ter propostas concretas a apresentar ao país, entre as quais, reformas no sistema eleitoral.

Wilker Dias diz que estas "novas ideias são bem-vindas", mas reforça que as mudanças devem resultar de uma "ação coletiva".

"[Venâncio] tem que também encontrar mecanismos pra incluir as outras vozes a nível da sociedade nesta proposta que ele quer apresentar, mas também que os outros devem apresentar em sede própria. Acho que deve ter uma ação coletiva a ser levada em conta para o maior, uma maior participação política, porque só assim serão todos a ganhar", diz.

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