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"Assassínio resulta de ligeireza cúmplice de autoridades"

Lusa | tm
4 de maio de 2025

Político moçambicano Venâncio Mondlane disse hoje que morte de José Pedro Alves da Silva, português baleado na sexta-feira em Maputo, resulta de "ligeireza cúmplice" de "determinadas autoridades" e "mancha Governo".

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Venâncio Mondlane
Foto: Nádia Issufo/DW

"O macabro e repugnante assassinato, soma-se a outros mais, e decorre da ligeireza cúmplice de determinadas autoridades policiais e de Segurança de Estado, que na omissão fazem agigantar a abjeta indústria do crime organizado", lê-se num comunicado de Mondlane divulgado na rede social Facebook.

José Pedro Alves da Silva morreu na sexta-feira (03.05), após ser baleado no peito dentro da sua viatura por desconhecidos, que seguiam num outro carro, por volta das 13h00 locais na cidade da Matola, arredores da capital moçambicana.

O português era administrador da SOTUBOS, empresa de materiais de construção pertencente a seu pai, atualmente em Portugal. Filho de Alberto Silva, ex-presidente do Sporting de Braga, ele também era herdeiro da ligação do pai com o clube, que o nomeou embaixador para a África Austral em 2019.

A polícia moçambicana disse que o português foi vítima de uma tentativa de roubo, avançando que a vítima trazia consigo elevadas somas de dinheiro. A vítima morreu quando estava a ser transportada para o Hospital José Macamo, na capital moçambicana, Maputo.

Tentativa de roubo

"Tudo indica que houve uma tentativa frustrada de roubo, que acabou culminando com este óbito (...). Nós descartamos a possibilidade de se tratar de uma tentativa de rapto, pelo 'modus operandi'", declarou Cláudio Armando, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Maputo.

Venâncio Mondlane, ex-candidato presidencial que liderou nos últimos meses a pior contestação aos resultados que Moçambique conheceu desde as primeiras eleições multipartidárias (1994), defende um esclarecimento célere do baleamento mortal de José Pedro Alves da Silva e a responsabilização dos autores do crime.

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"Barões dos crimes"

"As autoridades devem tudo fazer para o cabal esclarecimento do caso e tomar as medidas cabíveis, para serem responsabilizados os barões dos crimes organizados, que parecem ter tentáculos em alguns órgãos castrenses", refere Mondlane, endereçando condolências à família da vítima e ao Governo português.

Os primeiros dados da investigação indicam que José Pedro Alves da Silva foi atingido por uma bala disparada por uma pistola, mas as autoridades admitem não dispor de "muitos detalhes sobre os autores do disparo".

"Já encetamos as nossas linhas operativas para identificar e neutralizar os indivíduos envolvidos neste crime bárbaro", disse o porta-voz da polícia moçambicana.

O que dizem as autoridades?

A primeira-ministra de Moçambique, Benvinda Levy, assegurou que a morte do português baleado na sexta-feira em Maputo está ser investigada, endereçando condolências à família da vítima.

"O que podemos dizer é que o Estado moçambicano, através das autoridades competentes, está dar seguimento ao caso e está a fazer as investigações pertinentes. Assim que tiver dados mais concretos certamente vai partilhar estas informações com as autoridades competentes do Governo português, a partir da embaixada que está aqui", declarou Benvinda Levy.

"Sempre que uma vida se perde, nós ficamos consternados, seja de um cidadão nacional ou de qualquer outra nacionalidade, é sempre uma vida", acrescentou Benvinda Levy, endereçando condolências à família da vítima.

O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, deu as condolências aos familiares de José Pedro Alves da Silva.

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