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Moçambique: Partidos procuram atrair jovens para autárquicas

14 de abril de 2022

Grande parte dos jovens em Moçambique sente-se excluída da política, conclui um estudo do Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD). Partidos políticos procuram soluções com olhos postos nas autárquicas de 2023.

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Foto: Getty Images/AFP/P. Meinhardt

Um estudo do Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) indica que 85% dos jovens moçambicanos que são militantes de partidos sentem-se excluídos dos órgãos internos de decisão. Os jovens queixam-se que só são chamados a participar na altura das campanhas eleitorais. 

Fora dos partidos, a realidade não é muito diferente, sendo que muitos temem filiar-se ou participar em eventos políticos por temerem perseguições, raptos e até mortes, de acordo com o referido estudo. 

À procura de soluções

As conclusões desta investigação levaram políticos e sociedade civil a reunir-se esta quinta-feira (14.04), em Maputo, para tentar encontrar soluções para a fraca participação da juventude na política moçambicana.

Mosambik | Dércio Alfazema | Programmdirektor im Instituto para a Democracia Multipartidária
Dércio Alfazema, diretor de programas do IMDFoto: Romeu da Silva/DW

"Isso passa necessariamente por colocar os jovens nas listas e em posições que lhes permitam uma possível eleição", disse o diretor de programas do IMD, Dércio Alfazema.

Apesar das conclusões do estudo, os partidos entendem, no entanto, que se dá espaço suficiente a todos os membros e simpatizantes nos eventos políticos. 

"A RENAMO nunca colocou de parte os jovens, nem está em questão a sua representação, por exemplo, nas listas para concorrer. A solução é que o país tem que enveredar por eleições livres, justas e transparentes", afirmou José Manteigas, porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO). 

Ismael Nhacuecue, porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), sublinha que o seu partido foi criado com o enfoque nos interesses dos jovens.

Mosambik | Studienpräsentation des Instituto para a Democracia Multipartidária
Dirigentes de partidos políticos e sociedade civil discutem formas de chamar os jovens para a políticaFoto: Romeu da Silva/DW

"Já estivemos em situações melhores, hoje nem por isso. O partido reconhece isto. Criou condições para inserir jovens nos seus órgãos, para que tenham a possibilidade de, nesses órgãos, poderem discutir a sua participação e apresentar as melhores propostas sobre como devem ser representados", comentou.

Espaço para todos?

A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) entende que todos os membros e simpatizantes têm espaço para participar nos debates políticos. 

"A adesão é máxima e o interesse também. O que nós podemos eventualmente discutir é se os jovens simpatizantes da FRELIMO estão todos eles filiados à OJM [Organização da Juventude Moçambicana]", considerou o representante do partido no poder no evento de quinta-feira, Egídio Vaz.

"Uma coisa é estar abertamente a discutir e outra coisa é ir filiar-se à causa social e pagar quotas", asseverou.

O debate sobre a inclusão dos jovens nos órgãos de governação acontece tendo em vista as eleições autárquicas marcadas para 11 de outubro de 2023. 

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Romeu da Silva Correspondente da DW África em Maputo
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