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Filipe Nyusi: RENAMO deve ser mais flexível no desarmamento

8 de abril de 2019

Presidente moçambicano pede à nova liderança da RENAMO que seja "mais flexível" para "evitar frustração crescente" de guerrilheiros que aguardam reintegração.

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Foto de arquivo (2013): Homens armados da RENAMO na Gorongosa.Foto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu neste domingo (07.04) maior flexibilidade à Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, na concretização do acordo sobre desarmamento de guerrilheiros com vista ao alcance da paz no país.

"Apelamos à nova liderança da RENAMO no sentido de ser mais flexível, no mesmo espírito que culminou com a aprovação do pacote de descentralização", ainda com o antigo líder, Afonso Dhlakama, falecido em maio de 2018, referiu.

Um novo acordo de paz assenta em dois dossiês, a descentralização do poder e a desmilitarização, desarmamento e reintegração (DDR) dos guerrilheiros da RENAMO.

Sobre este último, foi assinado um memorando em agosto de 2018 por Filipe Nyusi e Ossufo Momade, novo líder do partido da oposição, e é sobre esse que o chefe de Estado pede maior flexibilidade, "de modo a evitar a frustração crescente da esperança de guerrilheiros que aguardam pela restauração das suas vidas", referiu.

Os guerrilheiros "depositam total esperança neste processo", disse Nyusi, acrescentando que o mesmo representa a "vontade de todo o povo moçambicano".

"O Governo já deu os passos acordados", no âmbito do memorando de assuntos militares, acrescentou.

Filipe Nyusi admitiu ainda haver interferências no processo negocial por parte de terceiros e apelou aos países interessados para que intervenham "através do grupo de contacto e não isolados", porque, "por vezes, agindo dessa forma, retrocedem o processo de paz em Moçambique".

Präsident Filipe Nyusi RENAMO Mosambik
Presidente Filipe Nyusi e especialistas militares no anúncio do processo de desarmamento da RENAMO, em outubro de 2018.Foto: Presidência da República de Moçambique

Desarmamento concluído antes da campanha eleitoral?

Nyusi apelou à "conjugação de esforços" de todos, referindo que "muitas intervenções divergentes ou mesmo o surgimento de muitos conselheiros internos, que por vezes pretendem acomodar as vontades individuais, não estão a ajudar à implementação dos consensos plasmados no memorando de entendimento dentro dos prazos estabelecidos".

O ministro do Interior moçambicano disse na quinta-feira que o Governo fará tudo para que o desarmamento da RENAMO seja concluído antes do início da campanha para as eleições gerais de 15 de outubro - a campanha arranca a 31 de agosto.

Desde a assinatura do memorando de entendimento de agosto, o Governo enquadrou em lugares de comando e de chefia das Forças Armadas um total de 14 oficiais da Renamo e dez oficiais deverão ser integrados em postos da Polícia da República de Moçambique (PRM), tal como previsto no documento.

Filipe Nyusi: RENAMO deve ser mais flexível no desarmamento

O principal partido da oposição espera ainda que o executivo moçambicano aceite a integração de quadros da Renamo nos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE), a secreta moçambicana.

Forças de segurança tomam base em Cabo Delgado

O chefe de Estado, Filipe Nyusi, discursava em Maputo por ocasião das celebrações do Dia da Mulher Moçambicana, quando saudou a "operação" que forças especiais realizaram no sábado e em que "atingiram uma base de malfeitores" no distrito de Macomia, província de Cabo Delgado.

As forças do Estado assaltaram a base "depois de dois combates" e conseguiram capturar membros dos grupos e recuperar bens, referiu, sem mais detalhes.

O anúncio do presidente moçambicano foi feito depois de, na sexta-feira, ter sido noticiado que dois soldados moçambicanos morreram após um ataque de grupos armados a uma base militar em Maculo, distrito de Mocímboa da Praia, na mesma província de Cabo Delgado.

O ataque durou perto de 15 minutos e ocorreu na noite de terça-feira, disseram fontes locais citadas pelo jornal eletrónico Carta de Moçambique.

Segundo as fontes, além de matar dois soldados, o grupo roubou uma "quantidade significativa" de material bélico, além de alimentos e uniformes militares.

Desde outubro de 2017, os ataques de grupos armados não identificados em Cabo Delgado, que tiveram origem em mesquitas, já provocaram, pelo menos, 150 mortos.

Lusa Agência de notícias
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