Moçambique: Chapo volta a criticar Mondlane
22 de abril de 2025O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, voltou a criticar o seu principal opositor Venâncio Mondlane por convocar manifestações "violentas e criminosas" após se declarar vencedor das eleições de outubro passado, pedindo aos moçambicanos união.
"Os resultados foram divulgados no dia 24 de outubro, mas a pessoa acordou, convocou as manifestações violentas, ilegais, criminosas, para o dia 21 de outubro, antes da divulgação dos resultados", apontou o chefe de Estado moçambicano num comício realizado hoje (22.04) no distrito de Moatize, durante a visita de quatro dias que efetua à província de Tete.
O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados das eleições de 9 de outubro, liderou nos últimos cinco meses a pior contestação aos resultados eleitorais que o país conheceu desde as primeiras eleições multipartidárias (1994).
Durante os protestos, cerca de 390 pessoas perderam a vida em confrontos com a polícia, segundo dados de organizações da sociedade civil. As manifestações degeneraram, igualmente, em saques e destruição de empresas e infraestruturas públicas.
Contudo, a 23 de março passado, Mondlane e o Daniel Chapo encontraram-se pela primeira vez e foi assumido o compromisso de cessar a violência e estabilizar o país.
Apelo ao fim da violência
O Presidente de Moçambique lembrou aos presentes no comício e ao antigo candidato presidencial que o país possui instituições estatais que lidam com matérias eleitorais, tendo criticado Mondlane por se ter declarado vencedor do escrutínio presidencial e por convocar protestos.
"Portanto, declara-se vencedor antes da contagem dos votos, convoca manifestações violentas antes da divulgação dos resultados. Isso é uma demonstração clara de que aquilo que nós assistimos durante tantos dias não tem nada a ver com resultados eleitorais", afirmou Chapo. "São coisas que estavam programadas muito antes, independentemente do resultado", disse.
Daniel Chapo apelou ao fim da violência no país e pediu união. "Vamos todos nos juntar a esta chama, ao calor da unidade nacional para juntos, como moçambicanos, rejeitarmos a violência, o ódio, amarmos a paz, a reconciliação, a unidade entre irmãos, para desenvolver Moçambique", sublinhou.
O Governo moçambicano confirmou anteriormente, pelo menos, 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
De recordar que, a 7 de abril, o Presidente de Moçambique lançou a tocha da unidade nacional, que iniciou marcha desde o Norte, devendo percorrer todo o país até chegar a Maputo, a 25 de junho, culminando com as celebrações dos 50 anos da independência.