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MigraçãoMoçambique

Governo repatria 13 mil refugiados devido às manifestações

27 de fevereiro de 2025

Em Moçambique, as autoridades anunciaram hoje o repatriamento das 13 mil refugiados no Malaui devido às manifestações pós-eleitorais. E o ministro do Interior garantiu segurança, apesar de "focos de desestabilização".

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Campo de Refugiados de Dzaleka
O Campo de Refugiados de Dzaleka, no Malaui, acolhe pessoas de vários países africanos, entre eles Moçambique (foto ilustrativa)Foto: Amos Gumullira/AFP/Getty Images

O diretor de Prevenção e Mitigação noInstituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), disse à imprensa, a partir do Malaui: "Nós estamos cá a mando do Governo para poder fazer o repatriamento dos moçambicanos que aqui se encontram (...). Organizamos aqui uma equipa técnica que vem, primeiro, dialogar com o Governo do Malaui e depois mostrar como é que nós deveremos fazer este repatriamento". 

Segundo o responsável, foram até agora registadas pelo menos 7.900 pessoas em seis centros de acolhimento no Malaui, num processo de repatriamento que deverá decorrer em sete dias.

"Nós tínhamos marcado para iniciar o processo hoje, mas infelizmente devido a esta situação do rio não vamos poder iniciar com a operação. Vamos aguardar até que as águas possam baixar e depois disso iremos iniciar o processo", disse César Tembe.

O responsável avançou que foram disponibilizados quatro camiões e quatro embarcações para o transporte dos refugiados do Malaui para Moçambique, além de assistência alimentar para pelo menos três meses, esclarecendo, entretanto, que o repatriamento não é obrigatório. 

"Estamos a sensibilizar as pessoas para poderem retornar a casa, tendo em conta que a onda de manifestações tende a baixar e o Governo criou condições mínimas de segurança", referiu Tembe.

O ministro do Interior moçambicano garantiu haver segurança no país para o regresso dos 13 mil refugiados, referindo que se está a trabalhar "dia e noite" para manter o país "seguro e firme".

"O país está seguro, há segurança no país. Agora, haver pequenos focos de desestabilização eles podem existir, mas não podemos falar de falta de segurança no país, senão todo o povo moçambicano estaria refugiado no Malaui, outra parte na Tanzânia, Zâmbia, Zimbabué, África do Sul, que são países que fazem fronteira connosco, e em Moçambique não estaria ninguém", disse Paulo Chachine, citado hoje (27.02) pela comunicação social.

Daniel Chapo é o Presidente de Moçambique, mas não é reconhecido por parte da população
Daniel Chapo é o Presidente de Moçambique, mas não é reconhecido por parte da população Foto: DW

Protestos em pequena escala

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 3.500 feridos durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.

O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias, durante as manifestações.

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Lusa Agência de notícias