RENAMO critica falta de soluções na saúde e educação
2 de maio de 2025"A crise económica continua a afetar profundamente o país e os problemas estruturais que assolam os setores essenciais como a saúde e educação permanecem sem soluções eficazes", disse o porta-voz da RENAMO, Marcial Macome, em conferência de imprensa, em Maputo, Moçambique, esta sexta-feira (02.05).
Em 28 de abril, o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, anunciou que nos primeiros 100 dias de governação foram implementadas "ações estratégicas", entre as quais investimentos em infraestruturas, saúde pública, programas de inclusão económica, social e política, tendo sido cumpridos pelo menos 92 dos 96 indicadores que compunham o plano de ações do Governo.
"Este compromisso não se limitará apenas aos primeiros 100 dias de governação em que ainda não tínhamos recursos financeiros, pois é do conhecimento de todos que o orçamento ainda não estava aprovado, mas conseguimos fazer todas essas omeletes sem ovo", prometeu Daniel Chapo, durante a apresentação dos resultados referentes aos primeiros 100 dias de governação.
Para a RENAMO, este período foi marcado por "desafios persistentes", sobretudo na economia, referindo que as ações nos primeiros 100 dias não "demonstraram impactos significativos na vida dos moçambicanos".
A título ilustrativo, Marcial Macome apontou que os setores da educação e saúde ainda enfrentam dificuldades, dando como exemplo as greves e paralisações com atrasos nos pagamentos de salários e contínuos pedidos para melhoria das condições de trabalho, embora, admitiu, tenha havido "esforços" para o pagamento de horas extraordinárias em atraso.
A RENAMO questionou igualmente os "impactos duradouros" dos projetos habitacionais e de financiamentos a iniciativas empreendedoras da juventude e criticou o Presidente do país pelo discurso sobre "omeletes sem ovos" em alusão às limitações financeiras.
"Essa justificativa não pode ser usada indefinidamente para explicar a falta de avanços porque isto das duas uma: demonstra que o PR ou é um mau cozinheiro que não verificou a despensa se tem ou não ovos, ou deixou que a cleptocracia que compõe o seu Governo comesse os ovos", disse Marcial Macome.