Ministro da Defesa promete perseguir "Naparamas" até ao fim
25 de abril de 2025"Nós vamos continuar a proteger as comunidades, mas, por outro lado, a perseguir até às últimas consequências [a estes grupos] (...) Quando digo que é até as últimas consequências significa vai ser até à eliminação do risco ou da ameaça", disse à comunicação social Cristóvão Chume, à margem da cerimónia de acreditação de novos adidos de Defesa hoje em Maputo.
O Exército moçambicano anunciou, na quinta-feira, o resgate de pelo menos 280 mulheres e crianças, que terão sido raptadas por um grupo que se autoproclamava Naparama, guerreiros tradicionais historicamente respeitados nas comunidades do norte e centro de Moçambique.
Estado esgotou meios pacíficos
Segundo as autoridades moçambicanas, o grupo privou as mulheres e crianças da liberdade por mais de duas semanas numa antiga base de ex-guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), força de oposição contra a qual as autoridades lutaram durante a guerra civil dos 16 anos.
A base estava localizada no posto administrativo de Sabe, distrito de Morrumbala, na província central da Zambézia.
De acordo com o ministro, o Estado esgotou todos os "meios pacíficos" para travar violações deste grupo naquela comunidade.
"Foram contactadas as pessoas que estavam em frente deste grupo para que pudessem deixar que aquela comunidade, aquela localidade pudesse viver normalmente. (...) Isso não foi possível através de meios normais pacíficos e é daí que as Forças Armadas foram chamadas", explicou Cristóvão, reiterando que não se trata dos "verdadeiros Naparamas".
Os Naparamas são paramilitares moçambicanos que surgiram na década de 1980, durante a guerra civil, aliando conhecimentos tradicionais e elementos místicos no combate aos inimigos, atuando em comunidade.