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Milhares marcham em Quelimane após ataque a MC Trufafa

14 de abril de 2025

Populares saíram às ruas de Quelimane, Moçambique, em protesto contra o baleamento do músico e político MC Trufafa. Polícia procura três suspeitos enquanto aumentam as críticas ao clima de violência política no país.

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Manifestação em Quelimane, esta segunda-feira (14.04)
Milhares de pessoas protestaram em Quelimane para pedir o fim da violência pós-eleitoral em MoçambiqueFoto: Marcelino Mueia/DW

Milhares de pessoas saíram hoje (14.04) às ruas de Quelimane, na província da Zambézia, centro de Moçambique, para exigir justiça pelo baleamento do músico MC Trufafa, conhecido apoiante do ex-candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane.

A Polícia da República de Moçambique (PRM) confirmou que está a investigar o caso e à procura dos autores dos disparos.

Um dia após o ataque, Quelimane vive um ambiente de choque e indignação. Segundo Venâncio Mondlane, que denunciou o caso nas redes sociais, MC Trufafa foi alvejado nos membros inferiores e na cabeça.

Abrão Macete, amigo próximo do músico e membro do partido Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), manifestou-se consternado: "Recebemos a triste notícia do baleamento do nosso irmão. Esta notícia abalou-me, em particular, porque percorri a província lado a lado com ele. Fiquei bastante chocado."

O Hospital Central de Quelimane confirmou que o músico sofreu uma lesão no couro cabeludo. De acordo com fonte hospitalar, MC Trufafa está "consciente", "a evoluir bem" e permanece nos cuidados intensivos.

"Foi feita uma limpeza exaustiva, profunda, e não foi encontrada nenhuma presença de bala", indicou a mesma fonte.

Joel Amaral, músico de Quelimane
Joel Amaral, conhecido apoiante do ex-candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane, foi vítima de um ataque com recurso a arma de fogo no domingo (13.04)Foto: Privat

O caso tem gerado reações em vários setores da sociedade. O Presidente da República, Daniel Chapo, classificou o ataque como uma "afronta à democracia". Já o edil de Quelimane, Manuel de Araújo, apelou ao chefe de Estado para que atue no combate à violência contra opositores políticos.

A polícia confirmou que foram três os indivíduos envolvidos no ataque, dois dos quais usavam máscaras.

"A polícia foi comunicada. Imediatamente, fez-se ao local do crime e isolou-o para poder conseguir alguns elementos de prova. Com base nas informações que a polícia foi recolhendo no terreno, estamos no processo de investigação, em coordenação com o SERNIC [Serviço Nacional de Investigação Criminal], com vista à captura para a devida responsabilização criminal", afirmou Miguel Caetano, chefe de Relações Públicas do Comando Provincial.

Venâncio Mondlane liderou hoje uma marcha em apoio ao músico e criticou duramente o que considera ser uma perseguição política. O político ameaçou intensificar os protestos caso os ataques a opositores continuem, afirmando que o fará em modo "Turbo V24 ultra Plus".

Correspondente da DW Marcelino Mueia
Marcelino Mueia Correspondente da DW África em Quelimane