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Membros da FRELIMO saúdam Chapo em Maputo

3 de maio de 2025

Milhares de membros da FRELIMO, partido no poder em Moçambique, marcharam hoje no centro da cidade de Maputo para saudar o Presidente Daniel Chapo, destacando "marcos assinaláveis" nos primeiros 100 dias do executivo.

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O Presidente moçambicano Daniel Chapo (foto de arquivo)
O Presidente moçambicano Daniel Chapo (foto de arquivo)Foto: ALFREDO ZUNIGA/AFP/Getty Images

"Temos estado a testemunhar, ao longo deste 100 dias, uma dinâmica que consiste, sobretudo, numa governação virada para resultados (...) Queremos, como moçambicanos, encorajar este governo (...) Mesmo sem a aprovação do orçamento, houve trabalho e foram feitos omeletes sem ovos", disse à Lusa António Nequice, primeiro secretário da Frente Libertação de Moçambique (FRELIMO) na cidade de Maputo.

 A marcha começou por volta das 08:30 (menos uma em Lisboa) na Praça da Independência e, empunhando cartazes e entoando hinos de apoio ao partido no poder em Moçambique, os simpatizantes percorreram as avenidas Samora Machel e 25 de setembro, numa distância de quase três quilómetros.

O destino da "onda vermelha", que pintou as duas avenidas localizadas no centro de Maputo, era ao Circuito de Manutenção Física António Repinga, onde o partido tinha previsto outras iniciativas culturais.

Entre os "marcos assinaláveis" dos 100 dias do novo executivo, os simpatizantes do partido que Governa Moçambique desde a independência destacaram o anúncio do projeto de revitalização da cabotagem no país e a gestão das contas públicas nos primeiros meses do ano, sem aprovação do Orçamento de Estado.

"Omeletes sem ovos"

"O Presidente Chapo conseguiu realmente fazer omeletes sem ovos", frisou à Lusa Ilane Chiziane, outro simpatizante do partido FRELIMO.

Os membros daquela força política também destacaram os esforços para a pacificação, com a assinatura de um acordo entre Chapo e os principais partidos de oposição, após meses de agitação social devido aos protestos contra os resultados das eleições gerais de 09 de outubro.

"Nós queremos transmitir com esta marcha a mensagem de paz. Foram meses de manifestações e muita gente ficou sem emprego", acrescentou à Lusa Damasceno Cipriano.

Polícia moçambicana usa gás lacrimogéneo contra apoiantes de Venâncio Mondlane
Polícia moçambicana usa gás lacrimogéneo contra apoiantes de Venâncio MondlaneFoto: Jaijme Álvaro/DW

Manifestações

Moçambique viveu, desde outubro,um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo, já empossado Presidente.

Quase 400 pessoas morreram numa serie de confrontos entre manifestantes e a polícia, de acordo com a Plataforma Decide, uma organização não-governamental moçambicana que acompanha os processos eleitorais.

O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

Em 23 de março, Mondlane e Chapo encontraram-se pela primeira vez e foi assumido o compromisso de acabar com a violência pós-eleitoral no país, embora, atualmente, críticas e acusações mútuas continuem nos posicionamentos públicos dos dois políticos.

"Ações estratégicas"

Em 28 de abril, Daniel Chapo, que também é Presidente da FRELIMO, anunciou que nos primeiros 100 dias de governação foram implementadas "ações estratégicas", entre as quais investimentos em infraestruturas, saúde pública, programas de inclusão económica, social e política, tendo sido cumpridos pelo menos 92 dos 96 indicadores que compunham o plano de ações do Governo.

"Este compromisso não se limitará apenas aos primeiros 100 dias de governação em que ainda não tínhamos recursos financeiros, pois é do conhecimento de todos que o orçamento ainda não estava aprovado, mas conseguimos fazer todas essas omeletes sem ovo", afirmou Daniel Chapo, durante uma apresentação pública.

Chapo, investido em janeiro como quinto Presidente de Moçambique, é o primeiro chefe de Estado nascido após a independência e que, apoiado pela FRELIMO, assumiu o país entre a maior contestação aos resultados eleitorais que a nação conheceu desde as primeiras eleições multipartidárias (1994).

Lusa Agência de notícias
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