Daniel Chapo diz que protestos visam “desestabilizar” o país
20 de fevereiro de 2025"As manifestações fazem parte de uma agenda de subversão para desestabilizar o nosso país. É a continuação dos ataques terroristasna província de Cabo Delgado e da guerra dos 16 anos que desestabilizou este país", declarou Daniel Chapo, durante a sua primeira receção a diplomatas acreditados em Moçambique, por ocasião do novo ano.
Manifestações sem ligação com eleições
Para Chapo, as "manifestações violentas" que desde outubro tomaram as ruas em Moçambique não estão relacionadas com os resultados eleitorais e, além da destabilização do país, o objetivo é "instalar o caos".
"Não temos dúvidas que estes ataques visam criar o caos para a delapidação dos nossos recursos minerais estratégicos", frisou Chapo, que também agradeceu pela "solidariedade" que tem recebido de embaixadores de "países amigos".
"Estamos encorajados com a reafirmação do apoio dos amigos parceiros recebidos. Somos uma Nação que nasceu da resistência secular contra a colonização e da luta armada de libertação nacional levada a cabo pelo povo moçambicano", declarou.
Reduzir custo de vida
Ainda hoje, Daniel Chapo assegurou que o Governo moçambicano está a estudar medidas para a redução do custo da "cesta básica" no país, referindo que o povo espera por "ações concretas" e não "discursos bonitos".
"Estamos a estudar outras medidas para baixarmos o custo de alguns produtos de cesta básica (...). Como sabem, o povo espera de nós não apenas discursos bonitos, mas ações concretas que tragam soluções eficazes para as suas carências", disse Daniel Chapo, durante cerimónia de tomada de posse de novos secretários de Estado, em Maputo.
Para o chefe de Estado, a prioridade é a reconstituição do "tecido social, económico e político" do país e o "bem-estar do povo moçambicano", um processo que, defendeu, já foi iniciado pelo novo Executivo em menos de 45 dias de governação.
No domingo (16.02), Daniel Chapo admitiu a possibilidade de retirar o Imposto Sobre Valor Acrescentado (IVA) em produtos de primeira necessidade e a intervir para a redução dos preços de combustíveis, visando aliviar o custo de vida.
Esta quarta-feira (19.02), o Governo anunciou a revisão em baixa dos preços dos combustíveis, em vigor a partir de hoje, justificando a medida com a queda dos preços de aquisição no mercado internacional e com a necessidade de baixar o custo de vida.