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Manifestantes exigem "inquérito sério" a morte de jornalista

18 de dezembro de 2023

Manifestantes em Maputo denunciam impunidade nos crimes contra jornalistas em Moçambique. Marcha foi convocada após a morte do jornalista João Chamusse.

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Marcha em Maputo a exigir o fim da impunidade dos crimes contra jornalistas
Foto: S. Mutemba/DW

Jornalistas e membros da sociedade civil reuniram-se, esta segunda-feira (18.12), na cidade de Maputo para protestar contra a impunidade nos crimes contra jornalistas em Moçambique.

A marcha foi convocada pela organização não-governamental MISA Moçambique depois da morte do jornalista e comentador televisivo João Chamusse, na semana passada, em circunstâncias ainda por esclarecer. A imprensa cita suspeitas de assassinato.

Jeremias Langa, presidente do MISA Moçambique, disse que a agremiação apresentou à Procuradoria-Geral da República dois documentos: uma petição a exigir uma ação do Ministério Público em relação aos crimes contra jornalistas e uma queixa-crime contra desconhecidos relacionada com a morte de João Chamusse.

"Fundamentalmente, viemos deixar um apelo ao Ministério Público para que exerça as suas atribuições, definidas por lei, e que faça uma investigação séria e profunda que nos permita chegar à verdade material", afirmou Langa em declarações aos jornalistas.

Jeremias Langa, presidente do MISA Moçambique
Jeremias Langa: "Apelamos ao Ministério Público para que faça uma investigação séria e profunda"Foto: S. Mutemba/DW

Apesar de ter sido planeada como uma manifestação pacífica, sem conotações políticas, a marcha desta segunda-feira enfrentou alguns obstáculos. A polícia alegou restrições ao canto e ao protesto próximo a instituições de soberania, incluindo o Tribunal Supremo e a Procuradoria-Geral da República. O impedimento de permanecer junto às instalações da Procuradoria-Geral gerou momentos de instabilidade no local.

"O esclarecimento deste assunto é importante"

Na semana passada, o Ministério Público deteve um cidadão, vizinho de João Chamusse, sob alegação de indícios de envolvimento no alegado assassinato do jornalista.

"A Procuradoria, depois de fazer a reconstituição dos factos, decidiu prender uma das pessoas, que por sinal vive perto da sua residência", explicou o porta-voz da polícia na província de Maputo, Juarce Martins.

Moçambique: Liberdade de imprensa em perigo

Sobre esta detenção, o presidente do MISA Moçambique, Jeremias Langa, faz um apelo ao Ministério Público, "para que não caia na tentação de prender para investigar ou chegar a verdades fáceis".

"Achamos que o esclarecimento deste assunto é importante para um clima de liberdade em Moçambique", concluiu.

A morte de João Chamusse trouxe novamente à tona a preocupação com a segurança dos jornalistas em Moçambique.

O mais recente relatório do MISA Moçambique sobre a liberdade de imprensa e de expressão aponta para uma "redução significativa de atentados contra jornalistas" no país, em 2022, mas salienta que permanece um clima de medo.

Silaide Mutemba Correspondente da DW África em Maputo
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