Protestos em Inhambane: Cidadãos pressionam baixa de preços
19 de fevereiro de 2025As vilas de Homoine e de Inharrime, em Inhambane, estão viver um caos desde segunda-feira (17.02). E esta quarta-feira (19.02), manifestantes obrigaram todas instituições do Estado a encerrar, o comércio também não está funcionar, porque os mesmo exigem a baixa dos preços dos produtos da primeira necessidade.
Joana Mandjendje, residente em Homoine, conta que foram obrigados a abandonar os postos de trabalho, sob o risco de serem queimados: "Nós até nos mandaram sair do serviço, disseram que ninguém deve trabalhar, todas instituições aqui em Homoine fecharam, como governo distrital, infraestrutura, registo todos fecharam".
Hakil Kantilal, comerciante de origem indiana no distrito de Homoine, diz que os manifestantes estão a obrigar-lhes a baixar os preços dos produtos da primeira necessidade. Mas alega não ser possível, devido aos altos custos de aquisição da mercadoria.
"isso já não está na nossa mão, porque nós também estamos a adquirir a preços altos para conseguirmos ter mercadoria. Onde estamos a comprar não tem como baixar [o preço], por isso nós não temos como baixar para a população", explicou.
João António, nome fictício, é representante dos manifestantes em Inhambane e explica o motivo da pressão: "Os manifestantes estão a obrigar o encerramento das lojas, porque os comerciantes justificam que lá nos armazéns em Maputo os preços estão altos."
O objetivo, segundo António, ao mandar encerrar as lojas, "é para aqueles das fabricas verem que os produtos ou o cimento não estão a andar, aí vão poder baixar [o preço]."
Governantes em fuga?
As lideranças do Governotem estado a fugir das ações dos manifestantes. Mas Jovial Setina, presidente do Conselho Municipal da vila de Homoine, nega que teria fugido da vila na semana passada.
"Da perceção que cada um tem de parte incerta, eu estou fora do distrito já há muito tempo. Na semana passada estava em Nampula, agora estou em Maputo a fazer meu trabalho e não vou parar de fazer meu trabalho, porque os manifestantes estão lá. Estou em busca de parceiros para o meu município", esclareceu.
Também se especulava que Azarias Xavier, administrador do distrito de Homoine, também estaria em parte incerta, mas este garantiu à DW que ainda se encontra na vila a trabalhar. Porém, confirma que esta quarta-feira deixou o seu gabinete quando percebeu que os manifestantes estavam a caminho do governo local.
"Eu não estou na parte incerta, neste momento estou na residência protocolar, hoje trabalhei até as 13h, quando vi que o ambiente não estava bom, foi quando sai para casa para tomar chá. Os comerciantes fecharam as lojas porque foram pressionados a usarem créditos deles para baixarem os preços", disse.
Enquanto isso, a maior parte da população de Homoine está a recorrer a cidade da Maxixe para adquirir ate o pão, porque nas padarias escasseia o trigo.