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Manica: Vandalismo em unidades de saúde preocupa população

10 de maio de 2025

Saques com recurso a armas brancas levaram ao encurtamento do serviço do centro de saúde de Nhamahonha, em Chimoio. Profissionais de saúde e pacientes pedem reforço da segurança. PRM diz estar a investigar.

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Centro de saúde de Nhamahonha, em Chimoio.
Saques com recurso a armas brancas levaram ao encurtamento do serviço do centro de saúde de Nhamahonha, em Chimoio.Foto: Bernardo Jequete/DW

O recrudescimento das ações criminosas de "homens-catana" na cidade de Chimoio, província de Manica, levou os profissionais de saúde afetos à unidade sanitária de Nhamahonha a encurtar o horário de atendimento de 24 horas por dia para quinze. Desde a passada segunda-feira, esta unidade passou a encerrar as portas às 15.00 horas.

Segundo os profissionais de saúde na província de Manica, os malfeitores têm invadido as unidades sanitárias no período noturno para os atacar e lhes retirar bens materiais e valores monetários que possuam: a eles e aos próprios doentes internados.

Falando na condição de anonimato, temendo represálias ou perseguição dos "homens catana", uma técnica de saúde do centro de Nhamahonha, diz-se preocupada com a crescente onda de violência.

"Entraram com uma arma branca"

À DW, conta que o primeiro caso ocorreu na maternidade. "Os malfeitores entraram, arrancaram telefones e dinheiro e feriram um acompanhante. Na semana seguinte, tivemos também uma situação no banco de socorro. Entraram com uma arma branca, agarraram um colega e arrancaram tudo o que ele tinha”.

O cenário voltou a repetir-se nos últimos dias, quando, acrescenta a mesma testemunha, "voltaram, e desta vez vandalizaram e catanaram uma colega na testa, que levou oito pontos, e arrancaram telefones".

Só nas últimas duas semanas, cerca de dez funcionários de saúde e dezenas de pacientes foram alvo destes ataques violentos
Só nas últimas duas semanas, cerca de dez funcionários de saúde e dezenas de pacientes foram alvo destes ataques violentosFoto: Bernardo Jequete/DW

Só nas últimas duas semanas, cerca de dez funcionários de saúde e dezenas de pacientes foram alvo destes ataques violentos.  Nas suas incursões, os agressores usam armas brancas (catanas) e outros materiais contundentes para intimidar e roubar os pertences das vítimas.

Além dos profissionais da saúde e doentes, os assaltantes também levaram parte do equipamento do hospital, como computadores, cadeiras, secretárias e outros mobiliários.

Profissionais e pacientes pedem vigilância

Prosperino Afonso, paciente interpelado naquela unidade hospitalar, pede que "a polícia esteja na unidade 24/24 horas”. Segundo ele, "o ambiente que se vive não é saudável para ninguém. As enfermeiras e os enfermeiros estão a trabalhar amedrontados, não pode ser assim. É triste uma mãe em trabalho de parto ser invadida e agredida”, diz.

Os profissionais solicitaram também às autoridades a instalação urgente de um posto policial no recinto mas, até à data, nenhuma medida efetiva foi tomada.

Mouzinho Manasse,  chefe do departamento de relações públicas do comando provincial da PRM, assegura que as autoridades estão cientes do problema e no encalço dos agressores.

"Lamentamos esta ocorrência, tivemos o registo durante o final de semana que dava contas que indivíduos desconhecidos munidos de instrumentos contundentes invadiram o centro de saúde no bairro Nhamahonha e protagonizaram assaltos", informou a polícia.

O centro de saúde de Nhamahonha localiza-se a menos de 800 metros da 2ª esquadra da PRM, o que levanta questionamentos sobre a eficácia da segurança na área.

Entretanto, as crescentes reclamações sobre a insegurança pública estão a afetar não apenas os trabalhadores da saúde, mas também os cidadãos que dependem dos serviços de saúde.

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Bernardo Jequete Correspondente da DW África em Chimoio