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PolíticaTurquia

Mais de 340 pessoas detidas em protestos na Turquia

nn | com agências
22 de março de 2025

Mais de 340 pessoas foram detidas nos protestos contra a prisão do autarca de Istambul, Ekrem Imamoglu. O governo acusa-o de "terrorismo" e "corrupção", enquanto a oposição denuncia um ataque à democracia.

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Pessoas empunham cartazes em Istambul, num protesto em 20 de março de 2025
Protestos em massa contra a detenção do autarca de Istambul, Ekrem Imamoglu, opositor do regime turcoFoto: Chris McGrath/Getty Images

O ministro do interior turco, Ali Yerlikaya, afirmou este sábado (22.03) que foram detidas mais de 340 pessoas na sequência dos protestos de sexta-feira contra a prisão do autarca de Istambul e opositor ao governo turco, Ekrem Imamoglu. "Aqueles que procuram o caos e a provocação não serão tolerados", disse o ministro.

Ali Yerlikaya especificou que 343 suspeitos foram presos durante os protestos que ocorreram em Istambul e em outras oito cidades da Turquia.

Em causa estão as manifestações que têm decorrido, desde quarta-feira. Além de Istambul, a agência de notícias AFP dá conta de manifestações em Izmir (oeste), Ancara, Erdrine e Canakkale no noroeste, bem como Adana e Antalya no sul.

Já a espanhola EFE relata que muitos estudantes foram presos após operações em dormitórios de universidades.

Os manifestantes contestam a prisão de Ekrem Imamoglu, de 53 anos, que foi preso em sua casa na madrugada de quarta-feira e deve ser interrogado hoje pela polícia. Imamoglu enfrenta acusações de "terrorismo" e "corrupção", indica a imprensa local.

O Partido Popular Republicano, do qual faz parte, convocou mais manifestações para a noite de hoje.

A acusação de terrorismo tem como alvo o banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que no início deste mês disse estar pronto para depor as armas e se dissolver. 

Segundo seu advogado, Mehmet Pehlivan, na sexta-feira, numa audiência que durou seis horas, Imamoglu "negou todas as acusações num documento de 121 páginas".

Protesto em Istambul, no dia 21 de março de 2025
Protestos estão a ser controlados com o uso da forçaFoto: Umit Bektas/REUTERS

Pehlivan denuncia o uso de "testemunhas secretas de forma abusiva", bem como a passagem de testemunhos não identificados à imprensa, acreditando que os direitos da defesa, bem como "o direito a um julgamento justo foram violados".

Numa mensagem publicada na rede social X, através dos advogados, Ekrem Imamoglu agradece às "dezenas de milhares de manifestantes" que foram às ruas.

"Vocês estão a defender a nossa República, a democracia, o futuro de uma Turquia justa e a vontade da nossa nação", escreveu.

O Presidente turco descreveu o apelo de Ozgur Ozel, líder do principal partido da oposição turca, o Partido Popular Republicano, a novas manifestações como "uma grave irresponsabilidade" por tentar levar para as ruas um caso que disse ser da área da justiça. Desde quarta-feira, realizaram-se manifestações em pelo menos 32 das 81 províncias da Turquia, segundo uma contagem da AFP.  

A atual vaga de protestos não tem precedentes desde as grandes manifestações que tiveram início na Praça Taksim em 2013. 

Imamoglu, cujo interrogatório pelos investigadores começou esta semana, segundo a emissora estatal TRT, deveria ser anunciado como candidato do CHP às próximas eleições presidenciais. 

Mas a universidade estatal de Istambul cancelou o diploma de Imamoglu na terça-feira à noite, criando-lhe mais um obstáculo, uma vez que a Constituição exige que qualquer candidato à presidência tenha um título de ensino superior. 

Imamoglu foi reeleito em 2024 depois de conquistar Istambul em 2019 ao Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco), a formação islâmica conservadora no poder liderada por Erdogan. 

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