Lutero Simango: Ataque em Sofala é "uma ameaça para todos"
12 de abril de 2025"Aquela situação não pode ser desprezada, temos que olhar com muita atenção e perceber os sinais (...), corremos o risco um dia de acordar com o país totalmente divido, e nós não somos pela divisão do país", disse Lutero Simango, em declarações aos jornalistas.
O incidente em causa, que não registou vítimas, ocorreu quando seis homens intercetaram dois camiões, ateando-lhes fogo, resultando no incêndio, no total, de sete viaturas no distrito de Maringue, numa antiga zona de confrontos com a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), naquela província do centro de Moçambique.
"Solução passa pelo diálogo"
Para o líder do MDM, que associa o ataque ao clima de forte agitação social que o país vive desde outubro, a solução para o problema está no diálogo político inclusivo e objetivo.
"Por isso, esperamos que o diálogo político inclusivo seja muito sério, muito objetivo e tem que resolver estes problemas", disse.
A Assembleia da República de Moçambique aprovou, em 02 de abril, por unanimidadee em definitivo, a lei do acordo político para pacificar o país, que prevê rever a Constituição e os poderes do Presidente.
Simango reiterou disponibilidade em contribuir ativamente no diálogo político e apelou a seriedade da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, para a pacificação do país.
"A FRELIMO tem assumir as suas responsabilidades e levar este processo com muita seriedade", acrescentou.
Polícia está a investigar
A polícia moçambicana disse na quarta-feira que foram usadas catanas e uma metralhadora neste ataque às viaturas em Maringue, mas sem que se conheçam os autores.
"Decorre, de forma fervorosa, todo o desdobramento operativo e diligências conducentes à responsabilização dos autores materiais deste crime", afirmou Leonel Muchina, porta-voz do comando-geral da Polícia da República de Moçambique, em conferência de imprensa, em Maputo.
Alguns contornos deste ataque já tinham sido avançados na terça-feira pelo comandante provincial da PRM em Sofala. Questionado pelos jornalistas, o comandante provincial da PRM disse que ser "prematuro" atribuir o ataque a homens armados da Renamo, prometendo novas declarações após a investigação.