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EducaçãoNigéria

Libertados estudantes raptados em abril no norte da Nigéria

30 de maio de 2021

Catorze estudantes da Universidade de Greenfield, em Kaduna, no norte da Nigéria, foram libertados pelos seus raptores, no sábado - 40 dias depois de terem sido capturados, disse o porta-voz da polícia local.

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Nigeria Abuja | Greenfield Universität | Entführte Studenten
Estudoantes foram raptados na Universidade de Greenfied, em 20 de abrilFoto: Nasu Bori/AFP/Getty Images

"Catorze estudantes de Greenfield foram libertados esta noite. Foram deixados ao longo da estrada entre Abuja e Kaduna", disse Mohammed Jalige, porta-voz da polícia local, à Agência France Presse (AFP) no sábado (29.05), garantindo não saber se o resgate tinha sido pago.

Em 20 de abril, homens armados invadiram a Universidade de Greenfied e levaram cerca de 20 estudantes. Um funcionário do estabelecimento de ensino foi abatido durante o ataque.

Três dias depois do rapto, cinco estudantes foram executados pelos seus captores, de modo a pressionar as famílias e o Governo para pagarem um resgate.

O Governo de Kaduna, estado onde os raptos se têm multiplicado, qualificou as execuções como "atos diabólicos e absolutamente cruéis", mas aconselhou os pais a não pagarem resgates, para não encorajar a mais raptos.

Os últimos meses têm sido marcados por um aumento de sequestros de elevados números de estudantes em escolas do norte da Nigéria, registando-se mais de 700 raptados desde dezembro. 

Os autores dos raptos, apelidados de forma comum como "bandidos", pilham aldeias, roubam gado e realizam sequestros em massa para obterem resgates.

Insegurança bloqueia acesso à educação

Em abril, a organização não governamental Amnistia Internacional (AI) denunciou o facto de dezenas de milhares crianças e jovens em idade escolar na Nigéria estarem sem acesso à educação, porque as autoridades nigerianas continuam sem proteger as escolas dos ataques de insurgentes e outros grupos armados, especialmente no norte do país.

"A frequência dos ataques demonstra como as escolas se tornaram inseguras na Nigéria, enquanto a falta de responsabilização perante a justiça apenas serviu para encorajar os seus perpetradores", apontou a AI.

Num dos exemplos apontados pela ONG, em 11 de dezembro, centenas de homens armados invadiram sete dormitórios de estudantes numa escola secundária em Kankara, estado de Katsina, noroeste da Nigéria, e levaram cerca de 300 estudantes a pé para um local desconhecido, onde os mantiveram cativos durante seis noites, até que os libertaram em 17 de dezembro.

O ataque levou os governos dos estados de Kano, Kaduna, Zamfara, Jigawa e Katsina a ordenar o encerramento de escolas. 

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estima que 10,5 milhões de crianças entre os 5 e os 14 anos estejam fora da escola na Nigéria por razões associadas à falta de segurança.

Ataques do Boko Haram: As crianças sem escola

AFP Agência de notícias
Lusa Agência de notícias