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RDC-Ruanda: João Lourenço pede cumprimento de compromissos

30 de junho de 2025

O chefe de Estado angolano e presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, saúda o acordo de paz entre a República Democrática do Congo e o Ruanda e apela às partes que "honrem os compromissos assumidos".

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O Presidente dos EUA, Donald Trump, segura uma carta dirigida ao Presidente do Ruanda, Paul Kagame, felicitando-o pelo acordo de paz com a República Democrática do Congo, durante uma reunião com a ministra dos Negócios Estrangeiros da RDC, Thérèse Kayikwamba Wagner (à direita), e o ministro dos Negócios Estrangeiros do Ruanda, Olivier Nduhungirehe (2.º à esquerda), na Sala Oval da Casa Branca, a 27 de junho de 2025
O Presidente dos EUA, Donald Trump, segura uma carta dirigida ao Presidente do Ruanda, Paul Kagame, felicitando-o pelo acordo de paz com a República Democrática do CongoFoto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP/Getty Images

Num comunicado divulgado pela Presidência angolana, João Lourenço "saúda os passos dados em prol da regularização da situação na República Democrática do Congo (RDC), com a assinatura em Washington, no dia 27 de junho de 2025, do acordo de paz entre a República Democrática do Congo e a República do Ruanda". 

O Presidente de Angola manifestou ainda "a esperança de que as partes honrem os compromissos assumidos" e apelou à conclusão "de todos os aspetos pendentes do processo de resolução definitiva do conflito". 

acordo de paz , mediado pelos EUA, foi assinado na última sexta-feira (27.06), em Washington, pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da RDC e do Ruanda.

"Um passo histórico"

A embaixadora interina dos Estados Unidos na ONU, Dorothy Shea, destacou a "realização importante” que representa o acordo. "Apoia os processos liderados por africanos e representa um passo histórico no sentido de garantir uma paz duradoura no leste da RDC e de criar condições para o desenvolvimento económico em benefício das populações da região", disse Shea.

Por seu lado, o representante da RDC na ONU, Hippolyte Kingonzila Mfulu, sublinhou que a situação de segurança no leste da RDC "continua a caraterizar-se pela continuação da agressão ruandesa."

"As tropas destacadas para apoiar os elementos da AFC/M23 continuam a ser ilustradas pelos massacres de civis, a violação de mulheres, o recrutamento forçado de rapazes e outras violações dos direitos humanos e do direito humanitário internacional", declarou Mfulu.

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O representante da RDC na ONU também lançou um repto aos EUA, mediador do acordo: "Nesse acordo, o Ruanda compromete-se a retirar incondicionalmente todas as suas tropas da RDC. Esperamos que, desta vez, os EUA possam impor ao Ruanda sanções proporcionais à sua má conduta, caso voltem a não cumprir o acordo."

Já Martin Ngoga, representante permanente do Ruanda na ONU afirmou que, "embora ainda haja algum caminho a percorrer, a via para uma paz duradoura na região dos Grandes Lagos é mais clara do que nunca."

A União Africana também considerou o acordo de paz entre a RDC e o Ruanda "um passo importante” e enalteceu os esforços em curso "para promover a paz, a estabilidade e a reconciliação na região".

Também a União Europeia saudou o entendimento apelando ao envolvimento de todas as partes. A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, sublinhou que o envolvimento da União Africana, da SADC e da Comunidade da África Oriental será determinante para o sucesso do processo.

O acordo de paz prevê o respeito pela integridade territorial e o fim das hostilidades no leste da RDC, onde confrontos entre o exército congolês e o grupo rebelde M23 provocaram milhares de mortos e centenas de milhares de deslocados desde 2021.

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Lusa Agência de notícias
Reuters Agência de notícias