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Israel suspende entrada de ajuda humanitária em Gaza

Lusa | rl
2 de março de 2025

Primeiro-ministro israelita diz que medida é resposta à "recusa do Hamas em aceitar os termos dos EUA" para prolongar a primeira fase do cessar-fogo. Hamas classifica suspensão de ajuda como "crime de guerra".

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Ajuda humanitária entra na Faixa de Gaza, 2025
Cessar-fogo permitiu entrada de mais ajuda para a Faixa de Gaza (Imagem de arquivo: 13 de fevereiro de 2025)Foto: Hussam Al-Masri/REUTERS

"Após o fim da primeira fase do acordo de reféns, e à luz da recusa do Hamas em aceitar o 'esquema Witkoff' para continuar as negociações com as quais Israel concordou, o primeiro-ministro Netanyahu decidiu que, a partir desta manhã, todo o fluxo de bens e mantimentos para a Faixa de Gaza cessará", anunciou o gabinete de Benjamin Netanyahu, referindo-se à proposta do enviado especial dos Estados Unidos (EUA), Steve Witkoff.

O Governo Israelita não adiantou detalhes sobre a decisão, segundo várias agências de notícias internacionais, mas avisou que, "se o Hamas continuar a sua recusa, haverá mais consequências".

Para o Hamas, a decisão de Israel de impedir a entrada de ajuda humanitária em Gaza é "um crime de guerra” e uma "violação do acordo" de tréguas.

"A decisão do [primeiro-ministro israelita Benjamin] Netanyahu de suspender a ajuda humanitária é uma chantagem mesquinha, um crime de guerra e uma violação flagrante do acordo" de tréguas, disse o movimento islamita palestiniano, apelando aos "mediadores da comunidade internacional para que pressionem" Israel a recuar nesta decisão.

Primeira fase do cessar-fogo terminou sábado

A primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o Hamas terminou este sábado (01.03), sem um acordo sobre uma segunda fase, que deveria levar ao fim definitivo da guerra e à libertação de todos os reféns.

Pouco depois, o gabinete de Netanyahu emitiu uma declaração sobre um novo plano dos Estados Unidos da América, mediador no conflito, para prolongar a primeira fase até ao Ramadão e à Páscoa judia em troca da libertação de todos os reféns -- algo a que o Hamas se opõe.

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita
Netanyahu acusa Hamas de ignorar proposta alternativa apresentada pelo enviado especial da Casa BrancaFoto: Ohad Zwigenberg/POOL/AFP

Netanyahu acusa o Hamas de ignorar uma proposta alternativa apresentada pelo enviado especial da Casa Branca para a região, Steve Witkoff.

O representante americano ofereceu a possibilidade de prolongar os termos da primeira fase do cessar-fogo original: continuar as trocas de reféns enquanto tenta desbloquear as negociações, atualmente paradas, para concordar com uma segunda fase que inclui a libertação de todos os reféns do sexo masculino, em troca da retirada das forças israelitas do enclave palestiniano e o início das discussões sobre o futuro político da Faixa de Gaza.

"Israel não permitirá um cessar-fogo sem a libertação dos nossos reféns", garantiu hoje o gabinete de Netanyahu.

No sábado, o Hamas protestou contra os termos do enviado dos EUA, argumentando que não passavam de uma tática de abrandamento para manter a presença de Israel na Faixa de Gaza e de um "regresso às posições iniciais", disse o seu porta-voz Hazim Qasem.

Para quem vão os louros do cessar-fogo na Faixa de Gaza?

O Hamas alega que é Israel que está a obstruir o processo de diálogo, ao utilizar esta nova trégua unilateral como cobertura para a sua recusa em negociar a retirada das suas forças do enclave.

"A única forma de alcançar a estabilidade na região e o regresso dos prisioneiros israelitas é concluir a implementação do acordo de cessar-fogo, começando pela implementação da segunda fase", afirmou, Mahmud Mardawi, alto funcionário do Hamas, ao jornal Filastin, que é próximo do movimento islâmico palestiniano.

Mardawi considerou a trégua israelita durante o Ramadão como nada mais do que uma expressão da recusa de Netanyahu em continuar as negociações numa "manipulação contínua" que "não devolverá os prisioneiros às suas famílias, mas, pelo contrário, levará à continuação do seu sofrimento e colocará as suas vidas em risco, se não houver pressão sobre a ocupação para cumprir as suas obrigações".

Egito exige aplicação do cessar-fogo assinado

O Egito pediu, este domingo, a "aplicação fiel e integral do acordo de cessar-fogo assinado entre Israel e Hamas em janeiro e desafia a União Europeia a pressionar nesse sentido.

"Não há alternativa à aplicação fiel e integral, por todas as partes, do que foi assinado em janeiro passado", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito, Badr Abdelatty, em conferência de imprensa, citado pela agência France-Presse (AFP).

Abdelatty apelou ainda para a União Europeia exercer "a máxima pressão sobre as partes, em particular sobre a parte israelita, no que se refere ao seu empenho no acordo de cessar-fogo".

Lusa Agência de notícias
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