Israel promete não atacar o Irão após conversa com Trump

"Após a conversa entre o Presidente Trump e o primeiro-ministro Netanyahu, Israel absteve-se de realizar novos ataques", informou um comunicado do gabinete do chefe de Governo israelita.

Contudo, o mesmo comunicado acusa o Irão de ter violado o acordo em pelo menos duas ocasiões, sublinhando que, em resposta, a Força Aérea israelita destruiu um radar no norte de Teerão.

Por sua vez, o Presidente norte-americano declarou que pediu ao chefe do Governo israelita que ordenasse o regresso dos aviões que se dirigiam ao Irão.

"Israel, como sabem, recuou. Não realizaram essa incursão esta manhã. Felizmente, foi algo muito importante. Agradeço por isso", afirmou Trump a bordo do Air Force One, a caminho de Haia, onde participará na cimeira da NATO.

"Eles tinham muitos aviões e iam realizar uma operação significativa, mas não o fizeram. Estamos satisfeitos com isso. Estamos muito satisfeitos. Portanto, o cessar-fogo está em vigor e acredito que será mantido por muito tempo", acrescentou.

Donald Trump afirmou que pretende manter o cessar-fogo entre Israel e o Irão e garantiu que não procura uma mudança de regime em Teerão.

Enquanto isso, os serviços secretos dos EUA preparam-se para fornecer informações confidenciais ao Congresso, que irá debater a eventual aplicação da Lei dos Poderes de Guerra para limitar a autoridade de Trump. Alguns democratas já avançaram com um pedido de destituição, acusando o presidente de ter ordenado ataques ao Irão sem aprovação parlamentar.

O Departamento de Segurança Interna alertou para um risco elevado de ataques internos, enquanto o Supremo Tribunal autorizou, sem explicações, a deportação de migrantes para países onde poderão enfrentar tortura ou morte - uma decisão criticada pelos juízes liberais.

Explosões no norte de Teerão

As declarações de Donald Trump foram feitas depois de a aviação israelita ter bombardeado um radar na capital iraniana, um ataque relatado pela emissora estatal iraniana "Press TV", que informou ter ouvido explosões no norte de Teerão.

O jornal iraniano "Etemad" também reportou que as defesas aéreas foram ativadas em Chamestan, Babol e Babolsar, cidades da província de Mazandaran, no norte do país.

Segundo o jornalista Barak Ravid, correspondente do portal norte-americano "Axios" e do jornal israelita "Walla", que citou um alto funcionário israelita, Trump pediu a Netanyahu que cancelasse o ataque.

Netanyahu terá respondido que não podia fazê-lo sem reagir à "violação do cessar-fogo" por parte do Irão, após o que ambos os líderes concordaram em reduzir a escala da ofensiva.

"Israel não atacará o Irão. Todos os aviões darão meia-volta e regressarão a casa, enquanto fazem uma saudação amigável ao Irão. Ninguém será ferido, o cessar-fogo está em vigor!", escreveu Trump na sua rede social Truth Social.

Trump expressou frustração esta manhã com Israel por "descarregar bombas logo após o acordo" e advertiu o Governo israelita para que ordenasse o regresso dos seus aviões.

"Precisamos que Israel se acalme, porque partiram numa missão esta manhã. Precisam de se acalmar agora!", exclamou o Presidente dos EUA nos jardins da Casa Branca antes de partir para Haia, nos Países Baixos, para participar na cimeira da NATO.

"Não estou muito satisfeito com Israel, estou bastante insatisfeito, embora também não esteja satisfeito com o Irão", disse Trump aos jornalistas.

"Basicamente, temos dois países que lutam há tanto tempo e com tanta intensidade que já não sabem o que estão a fazer", acrescentou, utilizando um palavrão.

O Exército iraniano alegou esta terça-feira que Israel lançou três ondas de mísseis após o início do cessar-fogo anunciado por Trump.

Israel, por sua vez, denunciou o lançamento de um míssil iraniano contra o seu território uma hora após o cessar-fogo acordado, que pôs fim a 12 dias de hostilidades — uma acusação que o Irão nega.