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PolíticaIsrael

Israel avisa: Cessar-fogo acaba se Hamas não libertar reféns

bd | AP | AFP | EFE
12 de fevereiro de 2025

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou que, se o grupo palestiniano Hamas não libertar os reféns antes do meio-dia do próximo sábado (15.02), Israel retomará a guerra na Faixa de Gaza.

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Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel
Benjamin Netanyahu: "À luz do anúncio da decisão de Hamas de violar o acordo de cessar-fogo e não libertar os nossos reféns, ordenei aos militares que reunissem forças dentro e em redor da Faixa de Gaza"Foto: Michael Brochstein/Sipa USA/picture alliance

"A decisão que foi aprovada por unanimidade pelo gabinete é esta: se o Hamas não devolver nossos reféns até sábado ao meio-dia, o cessar-fogo terminará e o Exército voltará a combater intensamente até que o Hamas seja finalmente derrotado", afirmou Benjamin Netanyahu na terça-feira (11.02), após uma reunião de quatro horas com o seu gabinete de segurança.

Segundo a agência de notícias EFE, o Hamas instou o primeiro-ministro de Israel a implementar "palavra por palavra" o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza se quiser libertar os reféns que ainda estão vivos.

Mas Netanyahu anunciou que já colocou as forças de defesa e segurança de Israel em prontidão: "À luz do anúncio da decisão de Hamas de violar o acordo de cessar-fogo e não libertar os nossos reféns, ordenei aos militares que reunissem forças dentro e em redor da Faixa de Gaza. Esta operação está a ser levada a cabo neste momento. Será concluída num futuro muito próximo."

Trocas de reféns por prisioneiros

Até agora, o Hamas libertou 21 reféns numa série de trocas por centenas de prisioneiros palestinianos.

Para Donald Trump, Israel deveria cancelar o cessar-fogo se todos os cerca de 70 reféns não forem libertados até sábado.

"No que me diz respeito, se todos os reféns não forem trazidos de volta até ao meio-dia de sábado - penso que é uma data razoável -, eu diria: Cancelem tudo e deixem o caos instalar-se e vai ser um verdadeiro inferno", defendeu.

Para quem vão os louros do cessar-fogo na Faixa de Gaza?

Em resposta, o Hamas reiterou que Israel violou o cessar-fogo e avisou que só continuaria a libertar os reféns se todas as partes aderissem ao cessar-fogo.

Trump não gostou desta posição do Hamas e desconfia do grupo islamita: "E os reféns possivelmente estão lá, eles não sabem onde estão e eu tenho um prazo até sábado para o Hamas libertar os reféns. E acho que não vão cumprir o prazo, pessoalmente, acho que querem armar-se em duros. Mas veremos até que ponto são duros".

Jordânia rejeita plano de Trump para Gaza

Na terça-feira (11.02), Donald Trump reuniu-se, em Washington, com o Rei da Jordânia. O rei Abdullah II aproveitou a ocasião para rejeitar o plano do Presidente dos Estados Unidos de expulsar a população da Faixa de Gaza.

"A Jordânia é para os jordanos e a Palestina é para os palestinianos. A solução está na Palestina e a deslocação não é do interesse da Jordânia. Creio que a posição da Jordânia, que Sua Majestade o Rei confirmou mais de uma vez e em todas as ocasiões, é clara para todos: não permitiremos a deslocação de palestinianos para a Jordânia", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi.

Durante a reunião com Trump, o rei Abdullah II declarou-se pronto para receber 2.000 crianças gravemente doentes da Faixa de Gaza.

Donald Trump está de regresso, e agora?

O plano de Trump para a Faixa de Gaza, que é esvaziar o território dos seus habitantes para o transformar numa vasta zona de desenvolvimento imobiliário sob o controlo dos Estados Unidos, desencadeou uma onda de indignação internacional.

Por seu turno, o Egito fez saber que pretende "apresentar uma visão abrangente para a reconstrução" da Faixa de Gaza, onde garante que os palestinianos permanecem nas suas terras. O Presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi, pediu também a reconstrução de Gaza "sem deslocar os palestinianos".

Na terça-feira, cerca de trinta relatores e especialistas em direitos humanos da ONU rejeitaram, numa declaração conjunta, a ideia de os EUA assumirem o controlo de Gaza, alertando que "significaria um regresso aos anos sombrios da conquista colonial".

AP Agência de notícias
AFP Agência de notícias
EFE Agência de notícias