Israel aceita proposta dos EUA para cessar-fogo
29 de maio de 2025Israel aceitou a proposta do Presidente norte-americano, Donald Trump, para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, enquanto as negociações com o grupo islamita palestiniano Hamas prosseguem, revelou hoje a Casa Branca.
"Posso confirmar que o enviado especial [Steve] Witkoff e o Presidente [Trump] apresentaram uma proposta de cessar-fogo ao Hamas, que Israel aprovou e apoiou. Israel assinou esta proposta antes de ser enviada para o Hamas", afirmou Karoline Leavitt, secretária de imprensa da presidência norte-americana em Washington.
Karoline Leavitt indicou que "as discussões continuam", esperando que seja concretizado o cessar-fogo "para que todos os reféns [em posse do Hamas] possam regressar a casa".
Não especificando os detalhes do acordo em causa, a responsável disse ainda que caso o cessar-fogo seja alcançado, a Casa Branca fará o anúncio.
Witkoff explicou na quarta-feira, em Washington, que iria apresentar uma nova proposta e manifestou confiança de que será aceite pelas partes, sem especificar os seus termos, embora meios de comunicação social israelitas e árabes tenham noticiado que se trata de uma trégua de 60 dias.
Esta pausa nos combates implicaria a libertação de 10 reféns vivos mantidos na Faixa de Gaza e 18 mortos no primeiro e sétimo dia da trégua, além da obrigação do Hamas em fornecer provas do paradeiro dos restantes no décimo dia, em troca de centenas de prisioneiros e detidos palestinianos.
Hamas estuda proposta
Num comunicado, divulgado esta manhã, o Hamas disse estar a avaliar a nova proposta apresentada pelo mediador norte-americano Steve Witkoff.
"Os líderes do Hamas receberam a nova proposta de Witkoff dos mediadores e estão a estudá-la de forma responsável", disse o movimento islamita num comunicado citado pela agência de notícias espanhola EFE.
O Hamas acrescentou que a proposta "deve servir os interesses do povo de Gaza, proporcionar alívio e permitir alcançar um cessar-fogo permanente" no território de 2,4 milhões de habitantes.
Israel intensificou a ofensiva em Gazaem 17 de maio, com o objetivo declarado de libertar os últimos reféns, aniquilar o Hamas e assumir o controlo do território palestiniano.
A guerra em curso foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 54.200 mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.