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Imprensa alemã destaca evolução económica em Angola

7 de outubro de 2011

Temas sobre Líbia e Somália também foram analisados e comentados pelos jornais alemães na semana. Um jornal alemão voltou a escrever sobre Angola, ressaltando o imenso potencial petrolífero do país.

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"Handelsblatt" impressionado com o dinamismo angolanoFoto: www.handelsblatt.com

Como na semana passada, um jornal alemão voltou a escrever sobre Angola, um grande produtor de petróleo.

O jornal económico, Handelsblatt, num artigo publicado na passada terça-feira, mostra-se muito impressionado com o dinamismo angolano. O jornal sublinha que esse dinamismo tem muito a ver com as relações que Angola mantém hoje com Portugal, a antiga potência colonial. "Tendo em vista a grave crise financeira que Portugal atravessa, cada vez mais quadros portugueses emigram para a ex-colónia, independente desde 1975", escreve o Handelsblatt.

Segundo o ministério português dos Negócios Estrangeiros, 100 mil portugueses registaram-se em 2009 como cidadãos angolanos, ou seja duas vezes mais do que no ano anterior. O jornal destaca ainda que "o número de empresas portuguesas interessadas em trabalhar com Angola tem aumentado constantemente".

Graças à sua riqueza petrolífera, Angola figura atualmente entre os raros sucessos económicos no continente africano, mas, conclui mais à frente o jornal, "uma análise da catastrófica situação no Corno de África ou na República Democrática do Congo mostra que as novas relações de Angola com Portugal são ainda excepções" .

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Mahmoud Djibril, um dos representantes da ala liberal e moderna da oposição a Muammar KadhafiFoto: dapd

Süddeutsche Zeitung

A Líbia, um país que também se associa regularmente ao petróleo, permanece como é evidente um tema de destaque na imprensa alemã. Os jornais continuam a seguir com atenção a evolução dos combates em Syrte, a cidade natal de Muammar Kadhafi.

Num comentário publicado na semana que termina uma das edições do Süddeutsche Zeitung escreve sobre o que considera ser uma "perigosa transição".

Segundo o quotidiano, "se a transição é perigosa é porque Mahmoud Djibril decidiu afastar-se do processo. O chefe do governo interino, que durante muitos anos viveu no Ocidente e que representa a ala liberal e moderna no seio dos rebeldes anti-Kadhafi, encontrou uma grande resistência por parte dos islamistas", destaca o quotidiano.

Os fundamentalistas, entre eles alguns ex-membros da Al-Qaeda, combateram na primeira linha no assalto final a Trípoli. "Depois do derrube do ditador eles passaram para o primeiro plano e conseguiram praticamente o que queriam: Mahmoud Djibril não será designado para ocupar o cargo de primeiro ministro no futuro governo líbio". "Reconhecimento e gratidão", sublinha o jornal, são palavras desconhecidas na política. "Antigos rebeldes e novos homens fortes, lutam pela partilha do poder e parece que os islamitas e os tradicionalistas estão atualmente na frente. "É uma má notícia para os ocidentais que apoiam a nova Líbia" acrescenta o Süddeutsche Zeitung.

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Milícias "shebab" retiraram-se de Mogadíscio mas continuam a ser uma ameaça permanente na SomáliaFoto: AP

Berliner Zeitung

E concluimos esta resenha semanal da imprensa alemã sobre o continente africano com um outro tema amplamente comentado pelos jornais. Os insurrectos islamitas chamados "shebab", que se retiraram de Mogadíscio em agosto passado, levaram a cabo um atentado com um camião armadilhado em pleno centro da capital somali.

"Muitos soldados foram mortos ou feridos", nota o Berliner Zeitung, ao acrescentar que "também muitos estudantes reunidos frente ao ministério da educação para entregarem as suas candidaturas a bolsas de estudo na Turquia foram vítimas". "Este atentado", escreveu o jornal, "não foi uma surpresa. Os shebab já tinham anunciado que a sua retirada de Mogadíscio era somente estratégica". Atualmente, observadores temem que "o atentado obrigue a sair as poucas organizações humanitárias internacionais que ousaram aventurar-se e ficar na capital somali". Por outro lado, "este ataque poderá também reduzir de forma drástica, ou até mesmo acabar com o projeto do governo de transição concernente à organização no próximo ano de eleições na capital".

Süddeutsche Zeitung

"Os habitantes de Mogadíscio, sem exceção, esperavam a todo o momento que um atentado do género ocorresse", lê-se também no Süddeutsche Zeitung. E o jornal acrescenta que "estava claro que os shebab nunca iriam abandonar definitivamente a capital somali sem deixar a sua marca de terror".

Se os insurectos islamitas estão enfraquecidos a ponto de não conseguirem vitórias no terreno da guerra convencional, contudo isso não significa que já foram completamente vencidos. Para o jornal, como grupo terrorista, as milícias shebab são hoje mais perigosas do que nunca. Dezenas de mortos e mais de cem feridos, é um choque cujos efeitos serão sentidos por muito tempo", termina o Süddeutsche Zeitung.

Autor: António Rocha

Edição: Márcio Pessoa