Bissau: Governo quer debate sobre ameaças às zonas costeiras
4 de julho de 2025O ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática guineense, Viriato Cassamá, defendeu a necessidade de um debate sobre as ameaças que se colocam às zonas costeiras do país, nomeadamente os efeitos das alterações climáticas, erosão e pressão antrópica.
Cassamá falava hoje (04.07) na abertura do Fórum Nacional Costeiro, uma iniciativa do seu ministério, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo Global para o Ambiente (GEF, na sigla inglesa).
A iniciativa junta cerca de cem representantes de organizações comunitárias de zonas costeiras. O fórum acontece no âmbito do Projeto de Reforço de Capacidade e de Resiliência das Comunidades Costeiras Vulneráveis da Guiné-Bissau, vulgarmente conhecido como Projeto Coastal, em fase de conclusão, após cerca de quatro anos de implementação.
O governante guineense recordou, no seu discurso, que a zona costeira do país "enfrenta desafios" como a degradação ambiental, a pobreza e a vulnerabilidade às mudanças climáticas, mas também defendeu ser espaço com potencial económico. "Os nossos ecossistemas marinhos e costeiros, os mangais, estuários, praias e ilhas constituem a base da vida, da cultura, da alimentação e da economia de uma parte significativa da nossa população", considerou.
Viriato Cassamá alertou para a necessidade de serem adotadas medidas contra as ameaças à zona costeira, ao mesmo tempo que devem ser apresentadas às populações locais formas sustentáveis de subsistência.
Atacar vulnerabilidades
O ministro assinalou que o Governo, através do seu ministério, lançou o Projeto Coastal para, de forma estruturada, intervir nas comunidades costeiras, "não só para atacar os sintomas da vulnerabilidade", mas também para "atuar sobre as causas sistémicas". Cassamá notou que o Projeto Coastal ajudou as populações no reforço de capacidades institucionais, desenvolvimento local resiliente, produção de conhecimentos técnico e científicos.
Como resultados desta ação do Governo em concertação com o PNUD e o GEF, o ministro guineense afirmou que foi feito um mapeamento das vulnerabilidades da zona costeira do país o que permitiu identificar, "com precisão", os riscos ambientais e climáticos.
"Já existe uma base científica para a planificação e intervenções futuras", observou Viriato Cassamá, sublinhando igualmente estudos feitos nas cidades costeiras de São Domingos, norte, Buba e Cacine, no sul e Bubaque, no arquipélago dos Bijagós. O ministro destacou que, nestas cidades, já será possível orientar políticas públicas e investimentos para promover o crescimento urbano sustentável, com foco na inclusão social, na resiliência climática e na economia verde.