Guiné-Bissau expulsa delegações da LUSA e RTP
15 de agosto de 2025As delegações da Agência Lusa, RTP África e RDP África foram expulsas da Guiné-Bissau por decisão do Governo guineense. As emissões foram suspensas com efeitos imediatos, e os seus representantes terão de abandonar o país até terça-feira.
Até ao momento, o Executivo guineense não apresentou qualquer justificação oficial para esta medida.
A decisão surge semanas após o jornalista Waldir Araújo, delegado da RTP na Guiné-Bissau, ter sido agredido e assaltado no centro de Bissau. O próprio afirmou que o ataque teve motivações políticas, alegando que os agressores o acusaram de "denegrir a imagem da Guiné-Bissau no exterior" através das reportagens da RTP.
Em nota de repúdio, esta sexta-feira, as direções de informação dos órgãos de comunicação portugueses referem que a expulsão das suas delegações em Bissau "só se pode enquadrar no continuado propósito do Governo da Guiné-Bissau de silenciar os jornalistas que cumprem a função de informar".
Afirmam ainda que esta é uma "ação discriminatória e seletiva, configurando um ataque deliberado à liberdade de expressão".
O Ministério português dos Negócios Estrangeiros (MNE) também já repudiou a expulsão das delegações da Lusa, RTP e RDP, que classificou de "altamente censurável e injustificável", e vai pedir explicações ao Governo guineense.
Face à "gravidade desta medida", o ministro dos Negócios Estrangeiros "convocou imediatamente" o embaixador da Guiné-Bissau em Lisboa para dar "explicações e esclarecimentos", encontro que está agendado para sábado, lê-se num comunicado do MNE.
Artigo atualizado às 17:17 (CET) de 15 de agosto de 2025.