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Governo volta a pedir diálogo para travar greves na saúde

29 de maio de 2025

Em Moçambique, médicos e executivo continuam sem chegar a um consenso. Governo pede diálogo ao mesmo tempo que profissionais alertam para "extrema sensibilidade" no setor face às greves.

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Hospital Central de Maputo
Hospital Central de Maputo ameaça paralisar o trabalho extraordinário a partir de 01 de junhoFoto: DW/J. Beck

O Governo de Moçambique assumiu, esta quinta-feira, estar a fazer um "grande esforço" para pagar as horas extraordinárias e outros subsídios em atraso aos profissionais de saúde, voltando a pedir diálogo para travar greves no setor.

"Há um diálogo aberto, franco, honesto e justo com os colegas e estamos a responder a maior parte dos problemas dos profissionais de saúde dentro do contexto socioeconómico do nosso país", disse o ministro da Saúde, Ussene Isse, no parlamento.

O governante voltou a frisar que uma greve no setor da saúde é um "perigo", que causa mortes e "sofrimento à população", pedindo esforços coletivos para acabar com paralisações.

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"Nós, como Governo, estamos cientes da fatalidade deste problema na saúde, estamos a dialogar com os colegas (...). Não vamos conseguir resolver como queríamos, não por falta de vontade, mas quando os recursos são escassos temos que fazer as coisas de forma priorizada e de forma paulatina, isso está a acontecer", disse o governante.

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Também em declarações esta quinta-feira, o bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique alertou e para a "extrema sensibilidade" do setor da saúde face às greves da classe, defendendo "mais atenção" e que se faça "o melhor" para responder às reivindicações dos profissionais.

"Os meios que nós temos para fazermos a nossa prática são muito escassos e muito aquém daquilo que nós poderíamos fazer para uma prática que responda àquilo que são as necessidades da nossa população e uma prática que também nos dignifique como médicos", disse Gilberto Manhiça, em declarações à comunicação social, durante o XII Congresso da Comunidade Médica de Língua Portuguesa e do II Congresso Internacional da Ordem dos Médicos de Moçambique (OrMM), que decorre até sexta-feira em Maputo.

Para o bastonário da Ordem, a resposta às queixas dos médicos e a assunção dos compromissos assumidos com os profissionais poderá conduzir à harmonização entre a classe e a estrutura governativa que rege o setor.

O Governo moçambicano afirmou, esta semana, que ninguém ganha com a greve e pediu diálogo aos médicos do Hospital Central de Maputo (HCM), o maior do país, que ameaçam paralisar o trabalho extraordinário a partir de 01 de junho.

O setor da saúde enfrenta, há três anos, greves e paralisações convocadas também pela Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), que abrange cerca de 65.000 profissionais de saúde de diferentes departamentos.

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Lusa Agência de notícias