Governo preocupado com sequência de homícidios na Matola
4 de julho de 2025"É uma situação preocupante", disse o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa, em Maputo, durante a conferência de imprensa semanal do executivo, questionado pelos jornalistas sobre estes casos, incluindo os quatro mortos de hoje.
"São elementos que nos preocupam, com certeza, e as entidades estão a fazer um trabalho para levantar dados relevantes sobre isto", acrescentou Impissa.
O porta-voz do Governo disse ainda, incluindo sobre o caso de hoje, que estão no terreno "brigadas especializadas" para conduzir as investigações: "Precisamos é de dar algum tempo para que as autoridades possam aprofundar e esclarecer qualquer uma das circunstâncias, para estarmos melhor informados".
Quatro pessoas foram mortas hoje na Matola, arredores de Maputo, de acordo com relatos da população local e fontes no terreno, o terceiro caso violento do género naquele município em menos de um mês.
De acordo com relatos no terreno, o crime aconteceu ao início da manhã no centro da Matola, com os corpos das vítimas na via pública e no interior de uma viatura, alegadamente atingidos a tiro.
Terceiro caso violento em menos de um mês
A Polícia da República de Moçambique (PRM) confirmou na quarta-feira (03.07) o homicídio de dois agentes, com 54 tiros, na manhã desse dia, e ferimentos por bala de uma mulher de 78 anos, também na Matola, arredores da capital moçambicana.
"O comando provincial da PRM, em Maputo, vem por este meio informar a ocorrência de um homicídio agravado, registado na manhã de hoje", disse o porta-voz da corporação, Cláudio Ngulele.
O crime aconteceu no bairro Infulene, em que "foram vítimas de baleamento" um inspetor principal da PRM e um agente de investigação operativa da brigada do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic), acrescentou.
De acordo com o porta-voz do comando provincial de Maputo, as vítimas foram bloqueadas na sua viatura por indivíduos desconhecidos, que seguiam em duas viaturas e que, "com recurso a armas de fogo do tipo AKM, efetuaram disparos" contra ambos.
"De acordo com os dados preliminares, foram efetuados cerca de 54 disparos, que tiveram como consequência dois óbitos", avançou na altura, o porta-voz, referindo não haver pistas sobre os responsáveis pelo crime.
O primeiro caso do género aconteceu também na Matola, na noite de 11 de junho, quando um agente da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da PRM foi morto com cerca de 50 tiros, no bairro Nkobe, por três indivíduos até ao momento não identificados.