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Governo moçambicano admite intervir para travar protestos

21 de fevereiro de 2025

O Governo moçambicano admitiu hoje (21.02) a possibilidade de aplicar "medidas coercivas" para travar as manifestações pós-eleitorais, afirmando, no entanto, que a prioridade é a persuasão para pôr fim à agitação.

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Protesto na mina de Turmalina de Moçambique
Protestos têm ocorrido em diferentes pontos de MoçambiqueFoto: Bernardo Jequete/DW

"Medidas coercivas têm estado a ser cogitadas, mas não priorizadas, estamos a priorizar medidas de caráter social, económica, mais persuasivas e ambientalistas que permitam que as pessoas intervenham positivamente na pacificação do país, mas não estão descartadas [as medidas persuasivas]", declarou o porta-voz do Governo, Inocêncio Impissa.

Em conferência de imprensa em Maputo, para apresentar mais um balanço das atividades dos primeiros cem dias de governação, o responsável voltou a criticar as vandalizações e destruições de infraestruturas públicas e privadas durante protestos, afirmando que prejudicam as comunidades.

Protestos após anúncio dos resultados eleitorais
As manifestações e paralisações resultam em vandalismo a edifícios públicos, propriedades privadas e bloqueios nas principais estradasFoto: Romeu da Silva/DW

"Nós julgamos que devem ser tomadas medidas para repelir as manifestações sempre que elas ganharem proporções difíceis (...)em momentos específicos e em contextos específicos. No entanto, vai-se evitar o máximo", repetiu Inocêncio Impissa, insistindo que por enquanto o Governo tem apostado em medidas "persuasivas e dissuasivas".

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo então candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais.

Nos últimos meses,a agitação culminou, por diversas vezes, com confrontos entre manifestantes a polícia, com feridos e vítimas mortais dos dois lados.

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 Atualmente, os protestos, em pequena escala, têm ocorrido em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.

 

Lusa Agência de notícias