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Governo saúda encontro entre PR e Mondlane

25 de março de 2025

Governo moçambicano classifica como atitude de "muita responsabilidade" o encontro que o PR manteve com o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, para "discutir soluções face aos desafios que o país enfrenta".

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Mosambik Kombobild Daniel Chapo und Venâncio Mondlane
Foto: Amanuel Sileshi/AFP/Nádia Issufo/DW

"Nós reputamos esta atitude (...) de muita responsabilidade. Mas vale a pena cumprimentar e saudar o gesto de Venâncio Mondlane, que atendeu à solicitação e colocou-se numa mesa de diálogo, sentar e conversar", disse o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, respondendo a perguntas de jornalistas sobre o conteúdo do encontro entre o chefe do Estado e Venâncio Mondlane.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, que é também líder da FRELIMO, reuniu-se domingo (23.03) com o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane para "discutir soluções face aos desafios que o país enfrenta", anunciou na madrugada de segunda-feira (24.03) a Presidência da República.

Em comunicado, a Presidência explicou que o encontro, o primeiro entre os dois divulgado publicamente depois do início da contestação nas ruas que se seguiu às eleições gerais de 9 de outubro, aconteceu em Maputo e inseriu-se "no esforço contínuo de promover a estabilidade nacional e reforçar o compromisso com a reconciliação e a unidade dos moçambicanos".

"Há uma plataforma criada em que todos nós devemos participar e, porque o chefe do Estado tem sido o mentor da questão do diálogo, mostrou exemplo concreto de receção a Venâncio Mondlane e Mondlane disposto a isto, o que é importante para todos passarmos a viver num contexto mais habitual", acrescentou Impissa.

Todos em prol do fim da violência

O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane anunciou também, na segunda-feira, um acordo com o Presidente moçambicano para cessar a violência, inclusive contra polícia e membros do partido FRELIMO, e garantias de assistência médica aos feridos durante protestos.

"Daniel Chapo assumiu a responsabilidade perante o Estado moçambicano empenhar-se em garantir que esta violência que vem do Estado, que vem da polícia, que vem da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), do Serviço de Investigação Criminal (Sernic), essa violência deve ser estancada", declarou Venâncio Mondlane, a partir de uma 'live' (direto) na sua página do Facebook.

"Não vamos sair daqui sem Venâncio Mondlane"

"Venâncio Mondlane que está a falar convosco hoje [segunda-feira] assumiu a responsabilidade de vir dizer na 'live' ao povo que a violência infringida contra a UIR, contra Sernic, contra membros da FRELIMO, contra outros que não estão de acordo connosco também deve cessar", acrescentou o político.

Para além de garantias de assistência medicamentosa aos feridos durante protestos, Mondlane anunciou também consensos para conceder indultos a detidos no contexto dos protestos: "isto é o que o povo quer ou não quer? Isto é contra Moçambique? Isto é bom para o povo ou não?", questionou, anunciando igualmente a criação de equipas que vão redigir o documento dos consensos alcançados.

Histórico

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 361 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide, uma organização não-governamental moçambicana que acompanha os processos eleitorais.

O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

  

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Lusa Agência de notícias