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Direito e JustiçaEstados Unidos

Governador da Califórnia acusa Trump de "inflamar" protestos

af | com agências
11 de junho de 2025

Gavin Newsom acusou o Presidente dos Estados Unidos de "inflamar" a situação em Los Angeles ao mobilizar militares, o que causou novos protestos e atos de vandalismo que levaram à imposição de toque de recolher noturno.

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Governador da Califórnia acusa Donald Trump de "inflamar" protestos em Los Angeles, nos Estados unidos
Foto: Patrick T. Fallon/AFP/Getty Images

"Sem consultar as autoridades do Estado, Donald Trump enviou mais de dois mil tropas ilegalmente e sem razão. Esse uso abusivo da força inflamou a situação. O Estado de Direito foi substituído pela lei das armas," disparou o governador da Califórnia, Gavin Newsom, ao criticar o envio de tropas para as ruas de Los Angeles.

Também a presidente da Câmara de Los Angeles, Karen Bass, critica o envio de tropas para a cidade, sem que as autoridades tenham sido consultadas antes.

"É um sentimento de intimidação e medo que é tão desnecessário e tão corrosivo para a nossa cidade. Talvez esta seja uma forma que administração Trump encontrou para amedrontar as pessoas," disse.

O Presidente dos Estados Unidos reagiu às criticas. Disse considerar os protestantes, não só em Los Angeles e outras cidades do país, como insurgentes.

"Há algo de errado com estas pessoas. Tudo o que eu quero em termos de compromisso, eu só quero ver a paz. Se houver paz, vamos embora. Se houver uma hipótese de não haver paz, ficamos lá até haver paz. E muitas pessoas estão a ser presas," declarou.

"Os desordeiros, ou o que quer que lhes queiram chamar, é bom que saibam que muitas pessoas estão a ser presas. Vão ficar na cadeia durante muito tempo," ameaçou.

E a presidente da Câmara de Los Angeles, Karen Bass é contra esta atitude da Administração Trump: "Quero dizer-lhe que pare com as rusgas. Quero dizer-lhe que esta é uma cidade de imigrantes. Quero dizer-lhe que se quer devastar a economia da cidade de Los Angeles, então ataque a população imigrante."

Karen Bass anunciou o recolher obrigatório, entre as 20 horas às seis horas, na baixa da cidade, para evitar mais confrontações entre os manifestantes e os militares.

"Decretei um recolher obrigatório na baixa de Los Angeles para pôr termo ao vandalismo e aos saques. Muitas empresas já foram afetadas ou vandalizadas. Ontem à noite, 23 estabelecimentos comerciais foram saqueados," relatou a presidente da Câmara de Los Angeles.

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Repressão e detenções

Milhares de pessoas, maioritariamente jovens, protestaram na terça-feira (10.06), em várias cidades norte-americanas contra a política anti-imigatória do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Os protestos começaram há cinco dias em Los Angeles por causa das rusgas das forças de imigração contra imigrantes. A administração Trump enviou ontem para aquela cidade da Califónia cerca de dois mil militares da Guarda Nacional e 700 fuzileiros. Os militares recorreram ao uso de gás lacrimogéneo para tentar dispersar os manifestantes. Pelo menos 500 pessoas foram detidas.

"Inimigo estrangeiro"

E Donald Trump afirma que não permitirá que uma cidade americana seja invadida e conquistada por um „inimigo estrangeiro”. E denunciou a presença de protestantes portando bandeiras de outras nações, com destaque para o México.

Para o republicano há financiadores os protestantes.

"Alguém está a financiar isso. Vamos descobrir através do Departamento de Justiça quem é. Eles já estão a tratar disso. Quem está a financiar todo este equipamento muito profissional," concluiu.

O Governador da Califórnia, rejeita qualquer financiamento aos protestos e acusa Trump de procurar bodes expiatórios para justificar as suas ações.

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