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PolíticaGabão

General Brice Nguema vence eleições presidenciais no Gabão

14 de abril de 2025

O general Brice Oligui Nguema, líder da junta militar à frente do Gabão desde o golpe de Estado de 2023, venceu as eleições presidenciais de sábado (12.04), com mais de 90% dos votos. Chega ao fim a dinastia Bongo.

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General Brice Clotaire Oligui Nguema (ao centro)
Os resultados oficiais provisórios indicam Brice Clotaire Nguema como o vencedor das eleições presidenciaisFoto: Ken Ishii/AP/picture alliance

O líder da junta militar obteve um resultado sem margem para dúvidas: "Eleito, com a maioria absoluta desta votação, com 575.222 votos, ou seja, 90,35%, o Sr. Brice Clotaire Oligui Nguema."

Os resultados provisórios foram anunciados ao inicio da noite deste domingo (13.04) pelo presidente da Comissão de Eleições e ministro do Interior do Gabão, Hermann Immongault, quando havia ainda alguns votos por contar, mas nada que mude o destino eleitoral.

Brice Clotaire Oligui Nguema, general de 50 anos, derrotou o antigo primeiro-ministro Alain Claude Bilie-By-Nze, que reuniu apenas 3% dos votos, enquanto os restantes seis candidatos presidenciais não ultrapassaram 1%.

O Ministério do Interior anunciou ainda uma afluência às urnas de 87,21% nas eleições presidenciais de sábado (12.04), em que cerca de 920.000 eleitores, incluindo mais de 28 mil estrangeiros, estavam registados para participar em mais de 3 mil assembleias de voto.

Boletins de voto dos candidatos presidenciais no Gabão
Brice Clotaire Oligui Nguema derrotou o antigo primeiro-ministro Alain Claude Bilie-By-Nze, que obteve apenas 3% dos votos, enquanto os restantes seis candidatos presidenciais não ultrapassaram 1%.Foto: Betines Makosso/AP/picture alliance

Um novo capítulo para o Gabão

Na hora de comemorar a vitória nas eleições, o próximo Presidente do Gabão, Brice Oligui Nguema, falou num novo capítulo para o país.

"Temos de virar a página das eleições presidenciais. O nosso país continua a desenvolver-se. Convido-vos a retomar as vossas atividades profissionais nesta 5ª República que chamamos com todos os nossos desejos. Sejamos construtores, construtores de paz e de justiça. Obrigado por esta grande vitória", declarou o general.

"Já há muito tempo que não votava, mas desta vez vi uma réstia de esperança ou algo que me fez ir votar", disse um eleitor. "A minha voz contou, de facto. O meu voto contou, por isso estou muito, muito feliz com isso.", acrescentou outro.

"Antes, nem sequer podíamos sair à rua. Houve tiros, a Internet foi cortada e as lojas foram saqueadas. Mas desta vez, tudo correu muito bem, sem quaisquer problemas", elogia outro gabonês.

"O que eu espero do futuro do Presidente eleito é que ele continue o que começou a fazer. Em menos de dois anos, ele já fez muito. Por isso, gostaríamos que ele fizesse mais, como disse, como prometeu", apela ainda um eleitor.

Gabão: Militares derrubam Presidente Ali Bongo

Fim da dinastia Bongo

Estas eleições presidenciais formalizam constitucionalmente o fim da dinastia Bongo, que estava no poder desde 1967.

Independente da França desde 1960, o Gabão passou a ser governado desde 1967 pela família Bongo: primeiro por Omar Bongo (1967-2009) e depois pelo filho, Ali Bongo (2009-2023).

O brigadeiro-general Brice Oligui Nguema liderou o golpe que destituiu o primo, Ali Bongo, a 30 de agosto de 2023, no mesmo dia em que foram anunciados os resultados oficiais das eleições presidenciais desse ano.

Na altura, os militares justificaram o derrube de Ali Bongo com a manipulação e falta de credibilidade do escrutínio, e Oligui Nguema, em vez de apelar a uma análise independente da contagem dos votos para reconhecer o vencedor legítimo, decidiu autonomear-se Presidente de transição.

Apesar da riqueza petrolífera de que dispõe e do rendimento per capita de 8 mil euros, um dos mais elevados de África, a taxa de desemprego é de 30% e, segundo a ONU, 44,7% da população vive abaixo do limiar de pobreza.

As relações económicas entre o Gabão e a França

Reuters Agência de notícias
AP Agência de notícias