Filha de Savimbi abandona a UNITA "desiludida" com liderança
24 de abril de 2025Depois de vários rumores nas redes sociais, a confirmação chegou pela própria: "É com muito pesar, e muita dor no coração, que eu venho aqui, não só falar dessas coisa da UNITA, mas também dizer que, a partir de hoje, eu, oficialmente, estou fora da UNITA. Cessei a minha militância", anunicou.
A ex-dirigente aponta como principal razão da sua saída a alegada exclusão de militantes de base, acusando a direção de beneficiar quadros externos ao partido.
"Esse ainda vamos lhe precisar por causa disso. Acomodam esse tipo de pessoas e os verdadeiros militantes ficam de parte", acusa a filha de Jonas Savimbi, fundador da UNITA.
Em reação, o secretário para Informação do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, Evaldo Evangelista, confirmou à DW África o pedido de saída e desvalorizou o impacto da decisão.
"As pessoas são livres de aderir a uma organização política, numa organização como a nossa, uma organização aberta e democrática, são livres de sair, tão logo acharem necessário", comentou.
Saída da familia Savimbi "não afeta" da UNITA
Ginga Savimbi é o segundo membro da família do histórico líder a afastar-se da atual direção da UNITA. Antes dela, Tão Kanganjo Savimbi apareceu ao lado do candidato do MPLA nas eleições de 2022, o maior adversário político da UNITA.
Questionado pela DW África se a saída de membros da família Savimbi fragiliza o partido, Evaldo Evangelista respondeu:
"Absolutamente não. O engenheiro Adalberto Costa Júnior foi legitimamente eleito no décimo oitavo Congresso", disse.
Já para o politólogo, Agostinho Sicato, a saída de Ginga Savimbi não deve ser vista como um abalo interno para a UNITA.
"A saída de Ginga Savimbi da UNITA deve ser considerada um expediente normal que obedeceu os estatutos do partido", acrescentando que os estatutos dos partidos políticos "prevêm que os militantes decidam por alguma razão sair".